quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Aos mestres, com carinho!


Por Abisaí Leite - do Rio de Janeiro

   Só uma mobilização NACIONAL DE PROFESSORES trará algum resultado prático nas políticas públicas para a Educação brasileira. Aliás, esse "negócio" (EM LATIM "NEGAR O OCIO") de descentralismo político num país ainda não "ocupado" integralmente pelas "forças sociais", só elitizam (no mau sentido) os debates plurais acerca de temas centrais.

   Sugiro os comentários constantes de clássicas obras, como a de autoria do historiador Luis Mir (Guerra Civil: Estado e Trauma) e a do Phd em História Social, membro da Academia de Letras e Decano da UFRJ José Murilo de Carvalho (Formação das Almas). Ou ainda da importante aula de Política, postada no Portal Transparência Brasil (da Fundação Perseu Abramo) com o também Historiador Marcos Guimarães Sanches, sobre o “15 de Novembro”. Em outras palavras: o Brasil transformou-se num "grande laboratório" para os aventureiros de hoje. Os "aproveitadores" desse profícuo cenário, a classe política, estão "adorando"(...) mentecaptos que são, pois o "tiro vai acabar saindo pela culatra, outra vez". Lamentável.

   A barbárie brasileira já está se desenhando e as maiores vitimas serão a própria "elite" tupiniquim. Os temas espinhosos estão sendo “empurrados” à toque de caixa nas últimas décadas no Brasil, já repararam? (Lei Maria da Penha, “Lei da palmada”, o tal do “bullyng” nas escolas, a “doideira” em que se transformou o “politicamente correto” ECA; ou seja, direitos, direitos, direitos...sem deveres na mesma proporção. À nossa vista, chover no molhado. Bastaria se fazer cumprir o obsoleto Código Penal Brasileiro (1942), que ainda vige entre nós, na avaliação de diversos jurisconsultos. O mesmo raciocínio poderia se aplicar à questão da badalada “homofobia”, por exemplo.

    A Constituição Federal de 1988, conhecida como “Constituição Cidadã”, constitui-se de um compêndio regulador normativo superior a 1 milhão de leis, a maioria delas deferindo condutas acerca do exercício da cidadania [plena] no país, sem no entanto demarcar aquilo que deveria nortear os parâmetros a serem obedecidos para que se cumpram obrigações antes de se obterem concessões. Mais um instrumento de manipulação jurídica (e política) à serviço dos que “podem pagar” pela “liberdade” (mais um axioma a ser explorado pelos intelectuais do pensamento, os filósofos, que, ao que parece, estão fazendo greve. Ninguém mais quer aventurar-se em depurar as falácias institucionalizadas e protocoladas em nome da sociedade civil (des)organizada nos fóruns sócias.

    Apurando-a (CF 1988) atentamente, cinco ou seis artigos constitucionais (no máximo, salvo engano) instruem a sociedade sobre as obrigações para com os seus pares e instituições. Na prática, convivemos com uma anarquia intangível e delirante, numa palavra esquizofrênica.

    Pautas como estas vem entulhando as "gavetas" das comissões senatoriais, e a concorrida Agenda do Congresso Nacional de uma maneira geral, sem falar do tendencioso Judiciário brasileiro, que têm franqueado sua atuação a papeis "invertidos", justamente pela ineficiência dos "analfabetos" e corruptos legisladores. Em outras palavras, os membros da Suprema Corte vem assumindo funções análogas às funções legislativas (ouvi isso de um magistrado [desembargador] na TV Justiça.

    Aliás, eles próprios (os legisladores municipais, estaduais e os "endinheirados", porém ignorantes e despreparados deputados federais, em sua grande maioria, são vítimas da falta de instrução e educação qualificados. Alguns sequer conhecem os fundamentos orgânicos e ideológicos dos partidos que os acolhem e defendem. Quando eleitos, desconhecem até mesmo as precípuas características da função legislativa (como regimentos internos, estatutos de funcionamento das Casas Parlamentares, leis orgânicas, Planos Diretores de cidades e outros dispositivos alusivos à atividade jurídico-política nos Parlamentos.

    Por isso a má qualificação formativa do legislador brasileiro. Pergunta-se: causa ou consequência da educação que receberam? É preciso resgatar “instituição Professor”, (palavras da Presidenta da República em plena campanha eleitoral) em nome de uma nova (e anti-demagógica) “moralidade”. Caso contrário, jamais conseguiremos competir com a China. Senão vejamos: hora da entrada em sala de aulas dos garotos(as): 07h00; hora da saída: 17h00 / SIC. Se não for isso ( inclusive os horários), favor corrigir-nos. Resultados: invejável poder de poupança interna e crescimento econômico médio de 11% ao ano (dados do Willian Boner, no JN) e confirmado pela Revista do Mino Carta (Carta Capital). Prometo arranjar mais alguns dados, quando ler as notícias da Coreia do Sul (que coloca 240 mil engenheiros no mercado/ano). não entremos na questão cultural, pelo menos por hoje A Pauta precisa ser cumprida. Catei de um amigo jornalista muito bem informado. Todas as nossas fontes são checadas com antecedência de 24 horas. Afinal estamos na Era da Globalização.

   Ementário: (Só para concluir!)

    Proponho a criação de um Sindicato Nacional de Professores (proposta pelo Senador Cristóvam Buarque). Não possuímos um Sindicato Nacional...Precisamos "Soterrar o grosso da Lei 9394/96 e engessar a Era FHC". Nossa elite deslumbrada, míope e em certa medida, iletrada paga ao FH R$ 50,000,00 (cinqüenta mil reais) por palestra. Assim não dá!

    Precisamos federalizar TUDO... ENQUANTO NÃO SE DISCUTE (NO CONGRESSO) a Reforma Política. Do contrário, viveremos outra(s) "geração(ões) (década(s) perdida(s)".

    Parafraseando Guevara, “hay que endurecerse pero sin perder La ternura jamás”,  E como tem dito o ecumênico Cristóvam Buarque “É preciso fazer a REVOLUÇÃO PELA DA EDUCAÇÃO” (não vou citar partido político aqui)  Aste la vista!!! .

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Benevenuto vacilou

Por Antonio Siqueira



quando a segunda pele se apresenta

















      A sociedade elege como prioridades em sua vida saúde, educação e segurança, e as principais promessas dos políticos oportunistas são para essas áreas. Num contra-senso único, os profissionais dessas três áreas são os menos valorizados tanto no que diz respeito aos salários risíveis, quanto às condições de trabalho cada vez mais pífias. O Brasil paga um salários de 20 Mil Reais a juízes, na maioria das vezes, injustos e corruptíveis como crianças diante de um Play Station 3 e 6 vezes menos a um cirurgião. Não menos corrompível, mas de igual importância no contexto social, um Policial Militar ganha 20 vezes menos para arriscar-se diariamente a ser chacinado por meliantes que nunca perdoam se os identificam como tal;  Bombeiros Militares caçam malucos pelas ruas, resgatam cadáveres, arriscam-se a virarem churrasco em incêndios e tiram você das ferragens do seu carro por 860 Reais líquidos. Cabe uma reflexão? Evidentemente que sim. Mas o Cabo Benevenuto Darciolo vacilou...e feio!

      Benevenuto chamou a responsabilidade para si de forma brilhante no final de 2010 convocando as forças de segurança a discutirem formas de luta para obterem salários condizentes e condições dignas de exercerem suas funções. Esta é uma questão que não pode receber apenas ameaças de punições por partes dos organismos governamentais. No inicio do movimento, Benevenuto chamou as direções das seguranças publicas, não só do Rio, mas de vários estados da federação para discutirem a remuneração numa proposta comum e de forma adequada; o movimento foi desprezado...Os bombeiros, categoria da qual faz parte o jovem Cabo Benevenuto, paralizou suas atividades. Benevenuto liderou a invasão do Quartel Central do Rio de Janeiro; O Governador “Miliciano”, Sergio Cabral Filho, ordenou que o BOPE invadisse as instalações e atirasse, não respeitando as famílias desses bombeiros que lá estavam junto com eles. O movimento ganhou uma força popular jamais vista: Bandeiras vermelhas nas janelas de apartamentos, muros de casas e fitas amarradas em antenas e pára-brisas de automóveis por toda a cidade. Mas aonde errou Benevenuto? Ao sair do seu QG do excelente movimento SOS BOMBEIROS insuflando as forças de segurança da federação. Cabe uma ressalva; Errou moralmente, pois já havia uma logística obscura por detrás do movimento.

      O problema de “jovens revolucionários” como este rapaz é não conter seus ímpetos e suas ambições desmedidas. E convenhamos: Promover greve de serviços tão essenciais em época de carnaval e em cidades como Rio e Salvador é quase um tiro no pé. Além de mexer no coração da economia dessas duas cidades, detona uma ogiva de impopularidade, pois apesar de abominar o carnaval moderno e a forma que este tomou, tenho plena consciência de que boa parte do povão trabalha o ano inteiro na intenção desta misera semana momesca. Do ponto de vista jurídico, a questão não chega a ser complexa: a constituição proíbe no seu art. 142 §3°, IV, a sindicalização e a greve de militares. Bombeiros e policiais militares são também servidores públicos militares, não apenas pelo nome, mas porque são igualmente organizados nos princípios de hierarquia e disciplina, tal quais as forças armadas. Policiais e Bombeiros Militares são forças auxiliares e reserva do exército, como proclama o art. 144 §6º da Lei Maior. Encerrando, o art. 42 §1º da mesma Constituição da República declara textualmente que as disposições do art. 142 §2º e §3º, entre as quais a proibição de greve, aplicam-se aos militares dos Estados da Federação e do Distrito Federal. Daí as prisões com base nessas leis e Sergio Cabral correndo para a galera como uma espécie de 'Idi Amim Dada dos trópicos'. Benevenuto já havia concordado com o fechamento das ultimas conversações no que se referia aos salários, mas a imprudência ou necessidade de aparecer um pouco mais o fez delirar com um piso nacional de 3.500 Reais e com a instalação do caos. Não me surpreenderei se este rapaz eleger-se Vereador ou Deputado, Estadual ou Federal; Na Câmara, Na Assembléia ou no Congresso, ele irá comer no mesmo coxo dos mesmos porcos que desgraçam a Saúde, a Educação e a Segurança Públicas tão mencionadas nos discursos desses vermes nomeados e institucionalizados pelo seu voto que nada vale...Há tempos. Refletir é preciso, mas o show não pode parar. Que venha o carnaval!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Quando o inferno é o destino mais provável


Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro



Uma aliança demoníaca que deixou sequelas
Segunda – Feira, 06/02/02002; Av. Presidente Vargas, Rio de Janeiro, 09:05Hs , mais precisamente. Os termômetros marcam desagradáveis 32ºC numa manhã de sol a pino. De dentro das escadarias do metrô da Estação Central do Brasil - Presidente Vargas, mais ou menos setenta pessoas saem com fisionomias que variam entre o transtorno e o estresse total numa pressa quase que ensandecida. Pergunto a uma senhora menos apressada e mais lúcida o que está acontecendo, pois aquele “grupo” parecia estar fugindo de um iminente ataque terrorista e ela responde com o semblante desolado: _ Meu filho, o metrô parou!

      O metrô carioca que antes parecia ser inacessível às camadas mais pobres da população e que chegou alcançar o status de um dos melhores do mundo por prestar serviços que beiravam à perfeição está sucateado; Atrasos de até 40 minutos, composições quebrando diariamente, sistemas de rfefrigeração que entram em pane na maioria das composições e estações subterrâneas, hiper lotação, composições (às vezes mais de uma) avariadas diariamente, caos na hora de entrar nos vagões (pessoas chegam a se ferir), catracas defeituosas que aumentam ainda mais as filas, acidentes de todos os tipos que envolvem composições e usuários nas plataformas e... Até assaltos pontuam o cotidiano de quem precisa do metrô. Tudo isso acontece desde que o Governo Estadual lançou o bilhete único que dá direito a um sensível desconto ao trabalhador ao usar ônibus, trem e metrô simultaneamente e este mesmo bilhete único é o terror da classe media da cidade.

      Dia desses, ao usar o metrô com destino à Tijuca, uma jovem universitária, moradora do Flamengo me confidenciava seu desgosto por ter que dividir o vagão com o “povinho que vem das zonas norte e oeste” como ela, tão sinistramente, sintetizou com essas exatas palavras. O pai é empresário do ramo de papelaria e com certeza o “povinho” que trabalha para o pai da pequena fascista advém das zonas norte e oeste da capital. Isso por si só não me surpreende; esse comportamento neo feudal já é, por demais, conhecido na nossa sociedade colonial e este vira-latismo ímpar está no DNA. O que me impressiona mesmo é a falta de compromisso das autoridades com o transporte publico. Logo após lançarem o tal ‘bilhete único’, o inferno passou a ser o destino mais provável para quem usa, não só o metrô, mas os trens urbanos, as barcas e os ônibus também. Nesse “inferno”, a jovem universitária do Flamengo, muito a contento, fará parte do churrasco coletivo. Estamos muito longe de aprender a lição...Lamentávelmente.

      Aliás...No mesmo inferno que se encontram as famílias dos cinco desaparecidos no desmoronamento do Edifício Liberdade e mais dois prédios menores na Rua Treze de Maio no  centro do Rio. Cinco corpos aos pedaços foram parar no lixão de Duque de Caxias e, pelo menos uns seis foram entregues mutilados aos seus entes queridos. Perturbadora mesmo é a história de uma mãe que passou uma semana circulando num transe absurdo pelo local na esperança de que seu filho estivesse vivo sob os escombros. Vera Lucia Gitahy, de 59 anos permaneceu por sete dias seguidos em frente aos escombros conversando com Bombeiros e Policiais e até tentando ajudar nas buscas, o que foi impedida. Quando encontraram Bruno Charles Gitahy, analista de sistemas da empresa T.O, que funcionava no 12ºandar do Liberdade, devolveram apenas parte do corpo do filho de Vera que deverá ir hoje ao Instituto Médico Legal tentar reconhecer os restos mortais de Bruno que compõem apenas parte do tronco e membros superior direito e inferiores, mediante à exame de DNA. Vera acredita verdadeiramente que as retro escavadeiras destruíram o cadáver de Charles. O prefeito Eduardo Paes também permaneceu durante sete dias na Rua Treze de Maio, mas para apressar a limpeza da área, pois o trânsito, o tráfego e os negócios não podem parar. Nova Iorque manteve fechados os quatro quarteirões que envolviam o Word Trade Center até que todas as possibilidades de resgate de corpos inteiros ou parte deles fossem esgotadas e isso durou exatos 40 dias. Não há como comparar tais eventos, apenas lamentar aqui a falta de decência da prefeitura do Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes pertence à uma classe de vermes menos evoluída, numa aliança que compõe o miliciano Sergio Cabral e o já sem tempo, sepultado Lula. É o que chamo aqui de Neo Chaguismo, onde o colo do diabo é quente, não veste Armani e tem sempre lugar para mais uma alma miserável.