quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Saga dos “Médicos Expiatórios” e os rancores excessivos de Dilma

  Por Antonio Siqueira



@arte: MarciaCristina
  Esta novela de imbecilidades criada pelo Governo Dilma Roussef acerca dos médicos brasileiros, já ganhou os contornos do ridículo; aliás, como qualquer político brasileiro desta nova vanguarda que se preze, Dilma é despreparada, destemperada, mal assessorada, revanchista, permissiva, mal informada, mal criada, pérfida, cínica e mal enjambrada.  A Presidente, simplesmente, resolveu descontar nos profissionais da saúde, os problemas do próprio PT e sua luta de bastidores. As eleições estão próximas e os problemas batem à porta de seu gabinete presidencial. Como explicar nomeações ministeriais como a de Wellington Moreira Franco para a pasta da aviação civil? Um Bandido de Colarinho Branco renomado, conhecido e linchado moralmente pela imensa maioria do povo fluminense até hoje. E o inchaço dos 39 ministérios, para com isso sugar para si, apoio (que geram votos) de demônios que nem o inferno os quer mais? A medicina brasileira, como um todo, acabou sendo atacada e perseguida. Os próximos serão os educadores, professores e mestres acadêmicos e já prepara-se a cama para o magistério público deitar-se. Basta esgotarem-se as possibilidades no complexo contexto da Saúde Tupiniquim.

     Dilma ressuscitou o que Chávez fez há muitos anos, recrutando  milhares médicos cubanos, sem pagar nada em dinheiro. Usava a explicação: Cuba recebia em petróleo, indispensável. Essa mesma falta de petróleo levou Cuba a se ligar à então União Soviética. Antes de chegar ao poder em 1959, Fidel era um lutador romântico, nenhuma ligação com os comunistas. Raul, sim, comunista desde mocinho, ficou no segundo plano, sem influir ou aparecer. Quando surgiu a “crise dos mísseis”, que completou 50 anos agora, Fidel já era “vermelhíssimo”, jogou fora a aura de libertador do seu país, perdeu a admiração do mundo e a minha também. Este escriba que vos informa, já ficou 3 horas em pé na concha acústica da UERJ ouvindo um discurso de Fidel Castro, acompanhado de um grande amigo e colega de jornalismo independente, debaixo de uma chuva fina e fria. Descobri que os discursos dele tinham um alvo e um lugar comum: Os EUA. Em termos de humanismo: Zero. E, cheguei à decepcionante conclusão de que o povo cubano é  achacado de maneira imoral e tirana...e isto me doeu.

    A informação que a OMS (Organização Mundial de Saúde) atualizou e publicou sobre o repasse dos salários aos médicos cubanos escravizados pelo socialismo sabotado da Ilha, é de que estes indivíduos que atuam no Sri Lanka, em Bangladesh e nas Filipinas recebem 100 dólares abatidos de uma valor que varia entre 3000 a 5000 dólares mensais por profissional. É trabalho escravo. Isso passa antes pelos cofres do instituto pan-americano, acabando nos cofres do governo cubano e financia a ditadura e os charutos dos ditadores.

     Só que em Cuba, há 25 faculdades de medicina (todas públicas), e uma Escola Latino-Americana de Medicina, na qual estudam estrangeiros de 113 países, inclusive do Brasil. É uma escola notável de bons médicos, sem sombra de dúvidas, porém sucateada. Sucateada como as instituições hospitalares públicas em todo o território brasileiro, principalmente nas grandes capitais. Alguns médicos tiram dinheiro de seus próprios bolsos para que seus pacientes não morram e isso é uma realidade fácil de constatar: basta ir até eles, entrevistá-los numa consulta, ou mesmo observar o que está à sua volta, com o mínimo de bom senso e acuidade moral. Enquanto isso, o Governo Dilma-Lula-PT constrói estádios, promove uma grande farra bilionária em termos de mordomias como transporte em aviões da FAB de famílias inteiras de servidores e políticos vampiros e insiste impertinente, no projeto do Trem-Bala. O Governo Federal está praticamente pedindo que novas manifestações sejam convocadas, dessa vez por causa de uma obra cara, desnecessária, feita sob medida para agradar – e repassar bilhões de dólares – para multinacionais. Tudo isso (com dois ovos fritos em cima), em um país em que a população está refém de um sistema de transporte interestadual e intermunicipal de passageiros arcaico, em que um cartel incrustado há anos nesse mercado, impede a realização de novas licitações, obtendo, na justiça, sucessivas liminares para manter cartórios feudais que resistem desde a época do regime militar. Como exigir que estes médicos saiam da suas cidades, abandonem suas vidas e suas casas para encarar nos interiores  deste país as condições precárias da Saúde Pública? Quando se recusa um salário de Dez mil Reais para tal empreitada, algo deve estar muito errado? Há algo de podre no Reino do PT! Subterfúgios mais que "necessários" para se manter um poder corrupto e desviar o foco de casos como o julgamento dos mensaleiros, por exemplo.

     E o povo, como marionetes sem personalidade e pensamento próprio, contaminou-se pela onda de linchamento público e moral dos profissionais de medicina do país. Eu diria que a cultura do Brasil atual é a do "eu quero meu". Conheço médicos fantásticos, solidários, humanos e espiritualizados. Amigos ou não, são bons e ainda são a maioria. E eu mesmo fui vítima de um erro de diagnóstico que, por pouco, não comprometeu a minha vida há 30 anos. Existem profissionais de conduta ignominiosa em todos os segmentos e setores da sociedade; Da mesma forma que existem engenheiros imbecis, juízes injustos, professores preguiçosos, enfermeiros descuidados, administradores corruptos, advogados bandidos, arquitetos alienados, jornalistas desonestos, empresários ladrões, policiais assassinos, militares dementes, assistentes sociais que não gostam de pobres, garis bêbados demais, caminhoneiros irresponsáveis, frentistas incendiários... Em suma: a cultura de formação dirigida e a conduta ética, aqui, não acompanham o crescimento tanto da economia doméstica, quanto da economia  Global. E o governo do PT sucateou hospitais de forma tão desgraçada, que estes, não demoram muito, serão privatizados e muitos estão sendo fechados (o Graffée Guinle e a criminosa intenção de acabar com as APAES são bons exemplos). Existem exceções, generalizar não é o melhor caminho e os médicos brasileiros, há tempos, têm formação igual ou melhor que cubanos, espanhóis ou portugueses.

     A política da “Lei de Gerson”, a “vantagem” em tudo que se faz profissionalmente ou não, é uma doença contagiante que vai do Gari que varre a sua calçada até o Presidente da Nação, há exatos 124 anos disto do que chamam de República. O Brasil arcaico essencialmente agrário do Colonialismo Ibérico vive, respira e consome seus novos escravos. Agora importa escravos, para financiar uma ditadura travestida de socialismo. O que por si só devem fazer Marx, Engels, Trotsky e Sartre removerem-se em seus túmulos.



Colaboração e Arte: Drª Márcia Cristina