segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Uma Breve História sobre o Movimento Preto Bloc


Uma visão geral do que há por trás dos
Homens e Mulheres de preto


Por Antonio Siqueira
@image:BerlimMorgenPost 

















   



         Eles não surgiram a partir das manifestações antiglobalização em 1999, em Seattle, ou das de Gênova, um ano antes. Sua origem é bem mais antiga e remonta aos autonomistas europeus do final dos anos de 1960, que queriam libertar-se da “ganância, violência e da imensa e inumana burocracia estatal”. Só através de uma abordagem mais completa de sua história poderemos entender por que esses ativistas de preto protegem as manifestações da violência do Estado.

         No final da década, a repressão estatal aos movimentos de protesto em geral acabou por provocar uma radicalização da esquerda italiana, que redundou na morte de Aldo Moro. O fato sangrento deflagrou mais repressão estatal e o fim da possibilidade da continuação de qualquer movimento da contracultura radical no país. Mas aquela movimentação não havia passado despercebida da juventude alemã, que iria vestir o negro em protestos dez anos depois da derrota dos autonomistas italianos.

          No país germânico, a juventude alemã enfrentava um problema na década de 1980: haviam ficado de fora do arranjo antirrecessão que protegia trabalhadores, desempregados sindicalizados, o empresariado e o sistema financeiro. As políticas sociais alemãs, tão elogiadas mundo afora, não foram suficientes para atender os problemas da juventude. O sistema de bem-estar social havia amparado bem a sociedade alemã durante a recessão da década, mas não havia empregos ou horizontes de independência financeira para o jovem alemão, que não conseguia sair da casa de seus pais. Nessa década, a então Berlim Ocidental apresentava um cenário urbano comum a muitos países desenvolvidos: a decadência no centro das cidades e a fuga da burguesia para os subúrbios. O Black Bloc nasceu envolvido numa atmosfera de violência e luta. As invasões de imóveis desocupados continuavam em várias partes da Alemanha. O Estado alemão, por sua vez, tratava a situação de dois modos: tentava cooptar parte dos autonomistas e oferecia a possibilidade de legalização para alguns, enquanto prosseguia com os despejos da maioria dos invasores. Cada despejo era seguido de uma nova ocupação e muita violência da policia estatal. A nova forma de militância e protesto emergiu e chamou a atenção da imprensa depois que a polícia alemã atacou brutalmente militantes ambientalistas na municipalidade de Gorleben, na Baixa Saxônia, que criaram a “República livre de Wendland“: um grupo de cinco mil ativistas pacíficos que decidiu ocupar uma parte queimada de floresta para “dramatizar suas posições” contra a construção de um depósito permanente de lixo nuclear no local. No dia 4 de julho de 1980, a polícia e os guardas federais de fronteira impuseram um rude final à curta experiência dos ambientalistas. A brutalidade da repressão contra um movimento pacífico desde seu início chocou os autonomistas (ou autonomen), que a partir daí conceberam a tática Black Bloc. Afinal, se a repressão foi tão massacrante contra pacíficos ambientalistas, o que seria de anarquistas radicais invasores de prédios? A ideia da tática surgiu da solidariedade entre movimentos distintos, mas igualmente radicais e voltados para a transformação da sociedade. Por isso até hoje a formação é empregada por diferentes movimentos. Pela partilha de agruras similares registradas na história, o Black Bloc protege manifestantes e protestos da ferocidade policial. Mesmo quando não são anarquistas. Compreende-se então que “Black Bloc" é uma forma de militância que rompe a problemática dicotomia entre ativismo não-violento praticado pela população e o terrorismo, guerrilha e sabotagem da elite.


Seattle: Black Bloc se engendra na destruição do distrito financeiro central.
O look inicial Black Bloc na Alemanha incluía capacete de motociclista preto, máscara de esqui, roupa (preta) acolchoada e botas com bico de aço. Aqueles que podiam levavam escudos e cassetetes. A formação Black Bloc conseguiu trazer força e solidariedade para os movimentos radicais na Europa, mas pouco a pouco alguns anarquistas entenderam que a tática já havia dado tudo o que poderia dar. Que a polícia já havia superado o choque inicial de ser recebida a cacetadas e coquetéis molotov.  Após a reunificação alemã, os movimentos oriundos da contracultura começaram a entrar na mira dos crescentes movimentos neonazistas. O que lhes retirou tempo para pensar e desenvolver alternativas de uma sociedade menos autoritária que a nossa. A ascensão da extrema-direita radical na Alemanha impôs um recuo inesperado ao movimento anarquista e a prática da tática Black Bloc na Europa. Nos Estados Unidos, desde os protestos de 1999 em Seattle, o os homens de preto tem tido presença constante nas manifestações populares no país.


        As redes sociais e as novas realidades em outros continentes ofereceriam novos “fronts” para esta forma de luta urbana solidária anos depois das primeiras críticas dos anarquistas ao Black Bloc feita antes do desenvolvimento da web. O tempo de mobilização da população popular diminuiu muito e a organização virtual leva o planejamento da ação à sua execução em muito menos tempo. Além disso, novas iniciativas populares de ativismo de mídia em base tecnológica, como a Mídia Ninja, ajudam a criar um novo ambiente de luta e protestos urbanos em que o indivíduo desorganizado, que não faz parte de nenhum partido político ou sindicato, tenha sua voz e sua vez nas ruas. Até por que, no capitalismo moderno as relações e descobertas políticas não têm o menor tempo para calcularem seus ganhos e perdas, rapidamente vem o capitalismo a cooptá-los. Até agora, me parece, não conseguiram com a tática black bloc. E não conseguiram porque se trata exatamente de uma tática, volátil e em certa medida inerte, que se comporta como meio para acirrar as disputas, denunciar uma conciliação falsa entre opressores e oprimidos sem ter como alvo a extinção da opressão. Provavelmente a violência estratégica dos Black Blocs não serve ainda a este propósito. Acredito que o receio dos ideólogos resistentes seja mais por notar em contraste a deterioração de suas saídas políticas que por uma crítica honesta.




No Brasil movimento esbarra na falta de informação, no desconhecimento e total ausência de semântica
anonymous brasil: lamentável!


              A ideologia Black Bloc baseia-se na proteção de manifestantes contra a brutalidade insana da Policia Estatal e questionamento da "ordem vigente". O que ocorre no Brasil é o oposto da ideologia germânica-européia. Aqui em terras tupiniquins, eles se manifestam contra o capitalismo e a globalização, de maneira errônea e sem critério ou tática pré-estabelecida. Está sendo mal interpretada e, muito pior, mal usada nas ruas do país; Alias, como tudo. O brasileiro tem um déficit de compreensão em relação à culturas estrangeiras que tenta copiar. Só que o Black Bloc não é um movimento cultural, é um 'movimento autonomista de proteção popular'. Não é moda... NÃO É MODISMO E SIM NECESSIDADE! Mas não aqui, onde tudo é feito "nas coxas". Aqui, contrariando a tudo e toda lógica, como sempre, quebram lojas, roubam pequenos e médios empresários, espancam covardemente servidores públicos e o símbolo máximo do “Movimento dos filhos do PT e das Elites”, é a máscara imbecil de Guy Fawkes, um fracassado que com toneladas de pólvora sob sua responsabilidade, não foi capaz de explodir o Parlamento Britânico em 1605, sendo assim torturado, enforcado e esquartejado depois de uma semana de intensa tortura e de assinar sua confissão admitindo a sua participação no movimento que ficou conhecido como “A Conspiração da Pólvora”. Com fins unicamente católicos, isto mesmo: a intenção era derrubar a Igreja Anglicana, somente e tão somente.  Enfim... É preciso que, antes de tudo, haja uma Revolução Cultural depois que nos livrarmos do PT e de todo e qualquer partido político atuante no Brasil! E que ainda aguardemos, esperançosamente, uns 70 anos para que as coisas mudem. Medidas como controle da natalidade, pena de morte a toda e qualquer modalidade de corrupção e EDUCAÇÃO + FORMAÇÃO + CAPACITAÇÃO em primeiro lugar. Antes de tudo, tudo, tudo; uma REFORMA EDUCACIONAL radical e severa. Talvez em pouco menos de um século, vocês terão uma CIVILIZAÇÃO razoavelmente justa e evoluída.


Fonte: GHDI