quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Politica Brasileira: Festa Estranha e com Gente Esquisita

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro 




Até o impeachment, Cunha e Dilma eram bons parceiros

















No filme sueco “Força Maior” (de Ruben Östlund – 2014) um pai prepara-se para tomar café da manhã com mulher e filhos na varanda de um hotel nos Alpes quando ocorre uma avalanche. Todos observam maravilhados a movimentação do gelo, bastante comum ali.

Só que essa avalanche vem mais forte e descontrolada e se aproxima rapidamente da área onde essas pessoas estão. Instintivamente, o pai da família levanta, passa a mão no seu celular e sai correndo dali, deixando mulher e filhos para trás.

A avalanche invade a varanda e cobre todos de gelo. Mas ninguém morre, e esse é o problema. A família em questão terá de voltar a conviver junta, com todos sabendo exatamente o que aconteceu.

Há um paralelo dessa covardia cretina do personagem do filme com os atores envolvidos na avalanche de desgraças econômicas que vão cair sobre nós em um período muito curto.



O ÚLTIMO ANO PROSPERO

É bom lembrar que 2014 foi ainda um ano excepcional em termos de distribuição e aumento da renda no país. O último ano de sol, que amenizou, até aqui, a tempestade de gelo que vai nos envolvendo.

No comando do país, não existe um único personagem com espinha dorsal para não ter se envolvido no jogo político mais mesquinho.

Até há pouco, antes do dia do encaminhamento do impeachment, Dilma e Eduardo Cunha eram parceiros. A presidente segurava as pontas de um mentiroso com contas de dinheiro desviado na Suíça enquanto Cunha a mantinha longe de um processo que pode afastá-la do poder.

Já a alternativa à destruição mútua e talvez merecida entre Cunha e Dilma se apresenta mesquinha, pequena, digna do seu entorno político no Congresso. A carta rancorosa de Temer a Dilma é um primor psicanalítico em se tratando de um homem de 75 anos tido com um dos políticos mais “experimentados” do país.

A oposição não escapa ao quadro, tendo minado até outro dia as poucas medidas que poderiam fazer superar a crise que nos envolve

Mas pela primeira vez parece que a sociedade está realmente vidrada no desenrolar desses acontecimentos. As fortes variações nas pesquisas de popularidade do Datafolha em relação à percepção de governo e Congresso, além da economia, são prova de informação.

Cenas de “mma” no Congresso, roubos, prisões e trechos de cartas chorosas também não passam despercebidas. Tudo embalado em um sofrimento diário e crescente para fechar as contas do mês.

Essa avalanche também vai passar. Mesmo cobertos de gelo, saberemos exatamente o que aconteceu.





segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

D. Dilma, a Louca

Por Antonio Siqueira



Insanidades
Com todo o respeito,  Madame Dilma endoidou ou resolveu dedicar-se ao humorismo. Porque no sábado, em Recife, declarou não haver recebido nenhuma comunicação do ministro Padilha e ainda  contar com a permanência do ministro no governo. Ainda por cima fez um discurso de quem bebe ou fuma coisa pesada. Não há necessidade de relatar aqui em texto, pois publiquei o vídeo neste post.

Leio aqui que na véspera, em Brasília, Eliseu Padilha pediu audiência e foi olimpicamente ignorado por  Dilma, que não o quis receber. Da mesma forma o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, negou ingresso do ministro em seu gabinete, apesar de  sucessivos pedidos. Ele pretendia entregar pelo menos ao auxiliar a carta de demissão destinada à presidente. Também não conseguiu e contentou-se em protocolar o envelope na portaria do palácio do Planalto.

Desde quarta-feira que Brasília sabia da disposição de Padilha de pedir as contas, e não sob o pretexto do cancelamento da nomeação de um auxiliar para diretor da Anac, apesar de já ter sido aceito. Na realidade, sai para chefiar a campanha de Michel Temer na batalha do impeachment, coisa que até  a torcida do Flamengo, que com certeza votou em massa na reeleição de Dilma, também já sabia.

A presidente tudo ignorava? Como, senão por uma das duas hipóteses referidas acima? Contar com a permanência do ministro no governo do qual se despedira por escrito, só como piada. Ou retaliação, para demonstrar raiva. Ainda mais por ter acrescentado “estar o ministro Padilha fazendo um trabalho muito importante”.

Em suma, tanto Dilma como o ex-ministro lançam-se farpas mal disfarçadas.  Ela, porque sentiu-se traída. Ele, porque joga todas as cartas no impeachment, imaginando convencer o PMDB da importância de Michel Temer assumir a presidência da República. Já se sente como chefe da Casa Civil.

Se alguém duvidava, agora terá certeza de que o vice-presidente, mesmo em silêncio,  trabalha pelo afastamento de Dilma. O PMDB rachou, é provável que mais ministros do partido peçam para sair. Eliseu Padilha assume hoje a coordenação da batalha pelo afastamento de Madame, ironicamente no gabinete  da presidência do PMDB, no Congresso. Conta com a realização do recesso parlamentar em janeiro para viajar pelos estados, buscando convencer as bases a pressionar os deputados para votarem pelo impeachment. A aliança do partido com o governo, senão está desfeita, esgarçou-se e logo se romperá.

Trata-se de um salto no escuro, já que 171 dos 513 deputados bastarão para a permanência de Dilma. Por isso é tão importante para os defensores do impeachment que Suas Excelências saiam de férias, no mínimo para ouvirem a  voz das ruas. Questiona-se o potencial do PT em mobilizar suas bases,  quando a rejeição ao governo alcança níveis quase absolutos.




O Discurso Insano



sábado, 14 de novembro de 2015

Gosto de Sangue: Paris Sitiada


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


Público no campo do Stade de France após a série de ataques
(Foto: Michel Euler/AP)


























A Europa está curvada ao terrorismo. Se não há tranquilidade no maior estádio de futebol nem na boate Bataclan, o que dizer da Torre Eiffel, do Moulin Rouge, do Museu do Louvre ou do Tour d’Argent, que já estão fechados. O mesmo sentimento de pavor é vivido em toda a turística Europa, especialmente nos países que se tornaram rotas de fuga dos chamados refugiados árabes, por onde trafegam hoje milhares de milhares de candidatos ao terrorismo religioso, que consegue ser medieval e moderno, ao mesmo tempo.

Não adianta o presidente da França, François Hollande, decretar estado de emergência e fechar as fronteiras de todo o país, após a série de ataques que atingiu a capital Paris a partir da sexta-feira 13, como se fosse um sinistro filme de Halloween ao vivo e a cores, poucos dias depois do 31 de outubro.

Em discurso na televisão francesa, o governante francês anunciou também que enviou o Exército às ruas para cercar as saídas de Paris e a fronteira, advertindo que a operação militar para encontrar os responsáveis e coibir o terrorismo terá caráter permanente.



Foto: Anne Sophie Chaisemartin via AP



















Francois Hollande faz seu papel nesta tragédia, política e social. Mas sabe-se que somente a França já tem mais de 5 mil suspeitos de pertencerem a organizações clandestinas radicais islâmicas, e seus órgãos de inteligência se consideram incapazes de controlá-los. Sabe-se também que aumenta progressivamente a população muçulmana do país, que é refratária ao amor e não se mistura com os franceses pelo matrimônio. Crescem em guetos, já são um país dentro do outro, e em mais quatro gerações serão maioria nas eleições, ostentando o título de eleitor nativo, como autênticos cidadãos franceses. E assim, pouco a pouco, o islamismo avança na Europa, como a religião que mais se expande no mundo.

Autoridades do mundo inteiro estão se manifestando sobre o atentado. Em pronunciamento na Casa Branca, o presidente dos EUA, Barack Obama, ofereceu seu apoio e suas condolências à França. Ele prometeu continuar em cooperação com a França para combater o terrorismo. “Este não é um ataque só a Paris ou à França, mas um ataque à forma como pensamos e aos valores que dividimos”, disse ele, repetindo o lema da Revolução Francesa – “Liberté, Egalité, Fraternité”.

Mas de que vale essa solidariedade, se o presidente dos Estados Unidos ainda traz nos lábios o gosto de sangue e tem as mãos sujas de petróleo roubado, depois das guerras do Iraque, do Afeganistão, da Líbia e da Síria? Os países europeus apenas apoiaram as investidas dos EUA no Oriente Médio, mas estão sofrendo as consequências.

Como está mais distante do epicentro da pilhagem dos petrodólares, digamos assim, os norte-americanos não estão sofrendo as consequências da invasão de seus territórios, como está acontecendo agora com grande parte da Europa, despertando sentimentos nazifascistas em todo o continente.

Essa epidemia política e religiosa é internacional. Para os islamitas fundamentalistas e radicais, a guerra está apenas começando e vai se espalhar por todos os países do mundo, onde vivam os chamados infiéis. O Brasil, país que orgulhosamente registra a mais saudável convivência entre povos e religiões (mas está há anos-luz de conviver bem consigo mesmo como civilização), pensa estar fora do circuito do terror. Será que realmente estamos. Será que nossa delirante presidente voltará à ONU para pedir diálogo e compreensão aos terroristas do Século XXI?






Stade de France: O susto





quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A extinção iminente da dicotomia entre direita e esquerda e outras desgraças


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro























Inevitável

É inevitável o fenômeno da derrocada das ideologias, mediante a progressiva extinção da dicotomia entre direita e esquerda. Esta situação já é uma realidade concreta nos países nórdicos, que adotaram um regime misto de capitalismo e socialismo para conseguir chegar a uma situação satisfatória em termos de desenvolvimento social, que é tão importante quanto o crescimento econômico, para evitar que se mantenha uma divisão da sociedade em muitas castas, com enorme distância entre os maiores e os menores salários, como ainda ocorre na grande maioria das nações.

Não existe polêmica a respeito dos excelentes resultados obtidos pelos países nórdicos com este democrático regime misto de capitalismo e socialismo, porque se trata de fatos incontestáveis em termos de qualidade de vida, com atendimento adequado em educação, saúde, habitação e emprego, que resultam em evolução também da segurança pública, com baixíssima existência de criminalidade.


Aqui no Brasil, ainda estamos muito longe de atingir este desenvolvimento socioeconômico. Pelo contrário, nossa classe política insiste em manter as diferenças sociais, como se fosse possível manter eternamente a convivência entre a miséria absoluta e a riqueza total. Mas esta mistura não pode existir, é como água e óleo, e o resultado sempre é uma situação explosiva em termos de criminalidade, fato incontestável nas grandes cidades do país inteiro.



Essa dolorosa realidade brasileira nos castiga e faz com que persista aqui a dicotomia entre direita e esquerda, com cada facção culpando a outra pelas mazelas do país. Esta divisão política demonstra ser cada vez mais artificial, embora pelo mundo inteiro continuem a existir adeptos de todo tipo de tendências ideológicas radicais, como comunistas, nazistas, fundamentalistas e até racistas, porque o ser humano é mesmo cheio de defeitos.



Lula paradoxal

Causou surpresa no Ministério da Fazenda a repentina defesa que o ex-presidente Lula fez de Joaquim Levy e do ajuste fiscal durante convenção do PT. Até a semana passada, o líder petista era o maior defensor da demissão do ministro. Com Lula bajulando Levy, acreditam assessores da Fazenda, o ministro, que chegou a escrever uma carta de demissão, ganhou sobrevida. Ninguém se arrisca, porém, a dizer até quando vai durar o apoio do líder petista ao ajuste fiscal.


TCU e Nardes na mira do planalto

Nardes foi o algoz de Dilma. A denúncia parece não ter consistência. Pode ser uma tentativa de desmoralizar o ministro do TCU que mais lutou pela rejeição das contas de Dilma. O Planalto está jogando pesado, como todos sabem.



Bode espiatório

Vaccari vai se tornar uma espécie de Marcos Valério, que não era chefe da quadrilha, mas pegou 37 anos de prisão. Quando quis fazer a delação premiada, já era tarde demais. Hoje, Vaccari divide a cela com José Dirceu, outro que vai mofar na prisão por lealdade aos cúmplices na aventura do enriquecimento ilícito através da atividade política, que deveria ser a mais nobre de todas. Quanto a Vaccari, que sonha em contar histórias para os netos, quando sair da cadeia já terá bisnetos.


Temer e Madame














Michel Temer inovou. Eleito vice-presidente em 2014, com promessas registradas no TSE, decidiu subscrever e divulgar um novo “programa de governo” em nome do PMDB. Faltou explicar se pretende esperar a eleição de 2018 ou se vai aderir publicamente ao movimento para derrubar a ex-colega de chapa.



Outras desgraças iminentes

Pesquisando algumas biografias e trilogias historiográficas concernentes à trajetória do Brasil na qualidade de república, constatei que, em 124 anos, o TCU apenas uma vez reprovou as contas de um presidente. Foi em 1937, quando o governo era comandado por Getúlio Vargas. O parecer do TCU, 78 anos atrás, não foi referendado pelos parlamentares, e Vargas naquele mesmo ano instituiria a ditadura do Estado Novo.


Lógicas

Até os meninos de Lula, sem estudo, sem trabalho anterior aos seus governos, já estão “mexendo” com muita grana! Aos acusados, com provas provadas, cabe defender e demonstrar que a Polícia Federal e o Ministério Público estão errados. Abram suas contas, entregue os documentos e mostrem tudo. Quem não fizer isto tem culpa no cartório. Reclamar, espernear, se esconder, tudo isto só comprova culpa. E tenham um bom dia!


domingo, 11 de outubro de 2015

Do Nada Para Lugar Nenhum

O marasmo ideológico será o mesmo com ou sem Dilma



Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro



Como ficará o país se Dilma e Cunha?



















Metade da Câmara quer o impeachment da presidente Dilma. A outra metade deseja a cassação de Eduardo Cunha. Engalfinham-se os deputados, sem perceber que o povão tem outras preocupações: o desemprego em massa, o aumento do custo de vida, o congelamento e até a redução dos salários, a alta dos impostos e taxas de serviços essenciais, a péssima qualidade da saúde e da educação públicas e a violência urbana.

Como ficaria o país sem Dilma e sem Cunha? Mudaria o quê, caso ambos fossem postos para fora? Nada. A população talvez vivesse dez minutos de euforia, comemorando as duas ausências, mas logo voltaria a sofrer as mesmas agruras. O grave na conjuntura atual é a inexistência de alternativas. Executivo e Legislativo comportam-se como se não lhes coubesse enfrentar a desagregação nacional. Desconhecem a falência do Estado, hoje posto em frangalhos.

Já se escreveu muito sobre a rebelião das massas, sonho de alguns poetas. Elas poderão ganhar as ruas por pouco tempo, mas logo terão que ir para casa. Em suma, só um programa capaz de enfrentar um por um os obstáculos que nos assolam substituiria com extrema vantagem a presença de Dilma e Cunha. O diabo é que inexistem partidos, corporações, associações e centrais sindicais cuidando disso. Sendo assim, não vai adiantar nada trocar seis por meia dúzia, ainda que mudanças assim sirvam ao menos para melhorar o humor…


domingo, 6 de setembro de 2015

As consequências do Grande Êxodo: União Europeia sitiada.

Por Antonio Siqueira do Rio de Janeiro


O perigo constante e o profundo
e escuro túmulo das águas do Mediterrâneo


















A Europa de hoje, nunca antes sitiada por tantos estrangeiros, desde pelo menos os tempos da queda de Roma e das invasões bárbaras, não está colhendo mais do que plantou, ao apoiar a desastrada política norte-americana de intervenção, no Oriente Médio e no Norte da África.

Não tivesse ajudado a invadir, destruir, vilipendiar, países como o Iraque, a Líbia, e a Síria; não tivesse equipado, com armas e veículos, por meio de suas agências de espionagem, os terroristas que deram origem ao Estado Islâmico, para que estes combatessem Kadafi e Bashar Al Assad, não tivesse ajudado a criar o gigantesco engodo da Primavera Árabe, prometendo paz, liberdade e prosperidade, a quem depois só se deu fome, destruição e guerra, estupros, doenças e morte, nas areias do deserto, entre as pedras das montanhas, no profundo e escuro túmulo das águas do Mediterrâneo, a Europa não estaria, agora, às voltas com a maior crise humanitária deste século, só comparável, na história recente, aos grandes deslocamentos humanos que ocorreram no fim da Segunda Guerra Mundial.

Os Estados Unidos, os maiores responsáveis pela situação, sequer cogitam receber - e nisso deveriam estar sendo cobrados pelos europeus - parte das centenas de milhares de refugiados que criaram, com sua desastrada e estúpida doutrina de "guerra ao terror", de substituir, paradoxalmente, governos estáveis por terroristas, inaugurada pelo "pequeno" Bush, depois do controvertido atentado às Torres Gêmeas.

É cedo para dizer quais serão as consequências do Grande Êxodo. Pessoalmente, vemos toda miscigenação como bem-vinda, uma injeção de sangue novo em um continente conservador, demograficamente moribundo, e envelhecido.

Mas é difícil acreditar que uma nova Europa homogênea, solidária, universal e próspera, emergirá no futuro de tudo isso, quando os novos imigrantes chegam em momento de grande ascensão da extrema-direita e do fascismo, e neonazistas cercam e incendeiam, latindo urros hitleristas, abrigos com mulheres e crianças.

Se, no lugar de seguir os EUA, em sua política imperial em países agora devastados, como a Líbia e a Síria, ou sob disfarçadas ditaduras, como o Egito, a Europa tivesse aplicado o que gastou em armas no Norte da África e em lugares como o Afeganistão, investindo em fábricas nesses mesmos países ou em linhas de crédito que pudessem gerar empregos para os africanos antes que eles precisassem se lançar, desesperadamente, à travessia do Mediterrâneo, apostando na paz e não na guerra, o velho continente não estaria enfrentando os problemas que encara agora, o mar que o banha ao sul não estaria coalhado de cadáveres, e não existiria o Estado Islâmico.

Que isso sirva de lição a uma União Europeia que insiste, por meio da OTAN e nos foros multilaterais, em continuar sendo tropa auxiliar dos EUA na guerra e na diplomacia, para que os mesmos erros que se cometeram ao sul, não se repitam ao Leste, com o estímulo a um conflito com a Rússia pela Ucrânia, que pode provocar um novo êxodo maciço em uma segunda frente migratória, que irá multiplicar os problemas, o caos e os desafios que está enfrentando agora.

As desventuras das autoridades europeias, e o caos humanitário que se instala em suas cidades, em lugares como a Estação Keleti Pu, em Budapeste, e a entrada do Eurotúnel, na França, mostram que a História não tolera equívocos, principalmente quando estes se baseiam no preconceito e na arrogância, cobrando rapidamente a fatura daqueles que os cometeram.

Galinha que acompanha pato acaba morrendo afogada. É isso que Bruxelas, Berlim, Londres e a UE precisam aprender com relação a Washington e aos EUA.




sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Vergonha na Cara!

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro

Só falta provar que Lula cortou o dedo de propósito






















João Capistrano Honório de Abreu foi um jornalista e professor brasileiro que literalmente deixou seu nome na História. Foi por conhecer realmente o Brasil e a formação de sua nacionalidade que o genial jornalista da Gazeta de Notícias passou a defender que a Constituição se resumisse a apenas dois artigos, porque, se ambos fossem obedecidos, todos os problemas do país se resolveriam automaticamente:

Artigo 1º seria: “Todo brasileiro deve ter vergonha na cara”.

Artigo 2º encerraria a chamada Carta Magna:  “Revogam-se as disposições em contrário”.

Ainda bem que Capistrano morreu em 1927. Se ainda estivesse entre nós, escrevendo freneticamente em alguma redação, o jornalista e historiador certamente não aguentaria constatar que deu tudo errado. Sua sugestão jamais foi aceita. Pelo contrário, os brasileiros aprovaram uma Constituição com 350 artigos, além de uma porrada de parágrafos, incisos, alíneas e itens, um verdadeiro festival, mas esqueceram justamente os dois importantíssimos artigos propostos por ele.

O sistema financeiro permite que a lavagem de dinheiro funcione sem ser identificada. Não é que não existam leis, mas as corretoras de câmbio simplesmente não cumprem a obrigação de verificar se as empresas que contratavam operações de importação funcionam realmente.

A fiscalização da lavagem de dinheiro cabe ao Banco Central, que tem mais de 4 mil funcionários, com média salarial acima de R$ 18 mil para profissionais de nível superior. Ganham até pouco, em relação ao Judiciário e ao Legislativo. Mas aumentar o salário deles não seria solução, porque já estão acostumados a não fazer nada como boa parte do funcionalismo público federal.


Bom ócio a todos e salve Capistrano!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Traição, Vingança, Impeachment e Cadeia para Todos:


A Casa Vai Cair


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




A prisão destruiu Dirceu, que envelheceu 10 anos em apenas dois


















Lula
traiu Dirceu que vai se vingar fazendo delação premiada. _ E Dilma? Cai ou não cai? _ Duas semanas após Lula ter lhe virado as costas, Dirceu começou a dar o troco. Fez vazar à imprensa sucessivas informações sobre seu descontentamento com a falta de solidariedade de Lula, do PT e de Dilma. E no início de junho soltou uma frase explosiva: “Eu, Lula e Dilma estamos no mesmo saco”. Em tradução simultânea, o ex-ministro fez uma ameaça muito mais forte e clara do que as tais intimidações que a advogada Catta Preta diz estar sofrendo.

No início do ano, quando as investigações da Lava Jato começaram a alcançar o PT mais diretamente, o ex-ministro tentou acertar com Lula um esquema de defesa mais eficiente e profissional, porque os advogados do partido são muito fracos, não se pode contar com eles.

Segundo matéria da IstoÉ, Dirceu então ligou para Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, pedindo-lhe que agendasse um encontro com o ex-presidente. Okamotto perguntou qual era o assunto e Dirceu explicou que estava na hora de reforçar a defesa jurídica do PT, porque isso significava proteger a ele próprio e também a Lula, a Dilma e ao Planalto.

No dia seguinte, Okamotto deu retorno e informou que Lula não estava interessado em discutir este assunto, porque não acreditava que qualquer investigação pudesse alcançá-lo, pois não se envolveu diretamente no esquema montado na Petrobras. Dirceu ficou furioso, disse poucas e boas a Okamotto e desligou o telefone. Pode-se concluir que a velha amizade acabou, eles já não são sequer companheiros, muito pelo contrário.

Dirceu tem um temperamento muito forte, Lula cometeu um erro terrível ao virar-lhe as costas. Pensou que poderia repetir a estratégia do mensalão, dizer que não sabia de nada, foi apunhalado pelas costas, essas pessoas não são de minha confiança, aquela conversa fiada de sempre.

Dilma pensou a mesma coisa e tirou o corpo fora, acreditando que continuará incólume com a mesma estratégia de Lula e a colaboração gratuita de imbecis como Fernando Henrique Cardoso, que calado é um poeta, com diz o senador Romário em relação a Pelé. FHC decepciona. No meu ver, mesmo sendo um Tucano nato, Fernando Henrique talvez fosse o homem mais inteligente e uma luz no fim do túnel neste marasmo escuro de ideias.

Agora, o jogo acabou. Dirceu vai fazer delação premiada e acabar com Lula, Dilma & Cia Ltda. Podem acreditar. Lula deveria ter atendido àquele telefonema. Dirceu jamais perdoará Lula. Quando o ex-presidente precisou dele em 2012, no escândalo de Rosemary Noronha, foi Dirceu que estruturou toda a defesa da segunda-dama, contratando pessoalmente os escritórios de advocacia e participando das reuniões com os juristas, ao lado de Lula e Rose, o casal 20 que ninguém se foi desfeito ou não.


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Lei Antiterrorismo no Brasil: Coisa de Americanófilos Indigentes Mentais.

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro



Simples assim




















Com a discussão no Senado da criação de uma lei “antiterrorista”, tem gente que anda dizendo por aí que o Brasil precisa “acordar” para o “terror”. O que não devemos é despertá-lo, cutucando a onça com vara curta, quando o felino não nos diz respeito e nunca nos ameaçou.

Na verdade, o que está por trás do "discurso do antiterrorismo”, com a desculpa da aproximação das Olimpíadas de 2016, é a mal disfarçada péssima intenção de acelerar o alinhamento ideológico do Brasil com Washington e com países que atuam como auxiliares dos EUA em sua veleidade de agir como xerife do mundo, e que, como eles, invadem e bombardeiam outros países, e pagam caro por suas políticas de intervenção. Uma desculpa desorientada, imbecil e com futuros resultados canhestros. O Rio de Janeiro, sede das próximas Olimpíadas, é a capital do crime no país, com milícias, facções criminosas, policia corrupta, instituições doentes e um povo enlouquecido há anos. Isto tem tudo para dar muito errado!

O Brasil, além de não seguir essa linha, nem mesmo durante o regime militar, tem, graças aos constituintes de 1988, o princípio de não intervenção em assuntos internos de outros países – cujo alcance e lucidez não é compreendido por quem quer se meter na vida alheia e dar lições aos outros, no campo dos direitos humanos, quando temos 50 mil assassinatos por ano e 40% da população carcerária detida em condições animalescas, sem ter sido ainda julgada – consubstanciado na sua Constituição.

Quem brada por uma lei antiterrorismo no Brasil – entre eles sionistas e norte-americanófilos infiltrados em nossas redações – tem que entender que a sua criação e implementação não será outra coisa mais do que o primeiro passo para que os principais grupos terroristas do mundo – incluindo os árabes e muçulmanos, com quem não temos problemas até agora – passem imediatamente a nos ver como inimigos potenciais, atrelados ao discurso anti-islâmico “ocidental”, quando, até este momento, para eles somos indiferentes, e para que atentados como os que afetam países que abjetamente seguem a política norte-americana – como a Espanha – passem a acontecer por aqui.

Isso, para não dizer que, além de absolutamente inapropriadas e contraproducentes, estratégica e diplomaticamente, leis antiterroristas são absolutamente inócuas, inúteis, do ponto de vista prático, a não ser para justificar mais abuso de poder e arbitrariedade contra os cidadãos, já que os países que as possuem são feitos de gato e sapato pelos grupos “terroristas” que os atacam, como ocorreu nos EUA, no controvertido atentado do dia 11 de setembro de 2001, e como ocorre freqüentemente nos países vassalos que lhe prestam auxílio militar, em países como o Iraque ou o Afeganistão.


Não existe lei antiterrorista que segure alguém que esteja disposto a explodir a si mesmo em defesa de uma causa ou de uma religião. A melhor lei antiterrorista que existe é prudencia nas ações, nos discursos e no trato em relação à culturas, etnias e religiões. O resto é comércio de armas e péssimas intenções políticas sionistas de americanófilos indigentes mentais.


sábado, 11 de julho de 2015

"Anarquia Econômica e Comunismo Patético"

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




Não Pasto Infértil das Mulas



















Presentear o papa Francisco com um crucifixo adaptado para a foice e o martelo do comunismo foi uma atitude patética e altamente reveladora de quem é o presidente boliviano Evo Morales. Com isso, o governante mostrou seu invulgar despreparo político, porque o marxismo ortodoxo é hoje um regime completamente superado pelos fatos, até porque, em sua essência, jamais vigorou em nenhum país do mundo. Mas o papa não passou recibo e fez até um duro discurso contra o capitalismo que ainda é praticado nos países subdesenvolvidos.

Todas as experiências até agora foram de implantação de um marxismo desvirtuado e sem liberdades civis, com censura à imprensa, prisão, tortura e assassinato em massa de opositores, situações que levariam à loucura pensadores libertários como Karl Marx e Friedrich Engels.

Aliás, entre os dois teóricos alemães, tenho preferência especial por Engels, que era um homem rico, sustentava o companheiro e jamais perdia de vista os pecados do capitalismo, dos quais ele próprio acabava se beneficiando, vejam que personalidade fascinante.

Sem jamais ter sido verdadeiramente adotado nos moldes preconizados por Marx e Engels, o comunismo pelo menos serviu para pressionar o aprimoramento do capitalismo, através da criação dos direitos civis e trabalhistas, dando enfim margem ao surgimento do socialismo democrático, amplamente consagrados nos países nórdicos, que se tornaram exemplo de desenvolvimento socioeconômico, com melhor qualidade de vida e justiça social.

Diante da evolução do capitalismo e do advento do socialismo democrático, foi se formando um consenso de que hoje o mais importante é o Estado garantir o básico à população, oferecendo saúde, educação, moradia e segurança em condições dignas, pois a própria sociedade se encarrega do resto, conforme ficou demonstrado no dia a dia dos escandinavos.

O que não é tolerável é que no século XXI ainda tenhamos a manutenção de certos arremedos de capitalismo, como ocorre no Brasil, onde a riqueza total insiste em tentar conviver com a miséria absoluta, como se esta possibilidade pudesse ser viável.

O resultado foi a formação de uma sociedade estranha, em que hipoteticamente somente os pobres se mantêm em suposta liberdade, porque a classe média e os ricos são obrigados a viver literalmente atrás das grades e não podem confiar nem mesmo nos seguranças contratados pelos condomínios de luxo.

O que dizer de um país em que um adolescente de favela, que sonha em comprar uma moto para fazer entregas de pizzas, terá de anualmente pagar IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), enquanto os milionários estão isentos de taxação sobre seus iates, helicópteros e aviões?

O que dizer de um ensino público com os alunos sendo automaticamente aprovados, ano após ano, mesmo se continuarem analfabetos?

O que dizer de uma nação que divide seus cidadãos entre portadores de planos de saúde e usuários de uma rede pública que não os atende? E o que dizer se, além disso, ainda há uma subdivisão, porque nem todos os planos de saúde funcionam bem e há muitos que não servem para nada?

Por fim, o que dizer de uma sociedade em que o cidadão de bem é proibido de ter uma arma, mas o sistema policial só consegue elucidar 8% dos crimes de morte e apenas 3% dos homicidas são efetivamente condenados?

Esta é a realidade do capitalismo à brasileira, regido por um partido que diz ser dos trabalhadores.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A Apoteose de um Canalha

Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro



As Duas Imagens Do Mal
'





















A imprensa está fazendo as mais absurdas especulações sobre o rompimento entre o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff, como se isso fosse algo de novo. Na verdade, há mais de dois anos eles já não se falavam direito. O problema começou em 2012, quando Lula percebeu que Dilma não iria abrir mão da candidatura à reeleição. Devagar, devagarinho, a presidente parou de aceitar sugestões dele, passou a nomear ministros por conta própria e começou a tocar o governo sozinha.

Quando o movimento “Volta, Lula” cresceu dentro do PT, no ano passado, Dilma deu um golpe mortal nele, ao ameaçar divulgar os absurdos gastos do cartão corporativo de Rosemary Noronha, feitos no Brasil e nas 32 viagens internacionais em que acompanhou Lula, na ausência da primeira-dama titular Marisa Letícia.

Lula teve de se conformar em sair candidato apenas em 2018. Portanto, não foi por mera coincidência que ele participou o mínimo possível da campanha eleitoral de Dilma e fez uma aparição meteórica na festa da posse. Entrou, tirou fotos protocolares com a presidente reeleita e foi logo embora.

O segundo governo de Dilma acabou sem ter começado. Antes de assumir, ela já havia aceitado terceirizar o comando da economia, entregando-o a um representante da banca. Mas não adiantou nada, ela entrou em desespero, pediu ajuda a Lula. Rispidamente, ele respondeu que não iria a Brasília, se ela quisesse encontrá-lo, que viajasse a São Paulo. Na quinta-feira antes do Carnaval, Dilma pegou o avião e foi se reunir com ele.

Dilma ouviu poucas e boas, como se dizia antigamente. Depois de esculachá-la, Lula mandou que ela procurasse Renan Calheiros e Eduardo Cunha, se recompusesse com o PMDB, restaurasse a base aliada, demitisse Pepe Vargas das Relações Institucionais e Aloizio Mercadante da Casa Civil. Dilma voltou arrasada a Brasília e foi passar o Carnaval na Bahia.

Na semana seguinte Lula foi a Brasília, se reuniu com a cúpula do PMDB e com as lideranças do PT. Dilma até tentou seguir os conselhos dele, mas não demitiu Mercadante nem Pepe Vargas. Lula se aborreceu, a situação se complicou, Dilma teve de terceirizar também a articulação política, pedindo socorro ao vice Michel Temer, que ela desprezara durante quatro anos, trocou Pepe Vargas de ministério e não demitiu Mercadante. Lula ficou furioso, decidiu procurar um Plano B.

Como não há perspectivas de reversão da crise a médio prazo e Dilma não tem salvação, Lula resolveu cuidar da vida. Não esperava que o segundo mandato da presidente fosse um fracasso tão grande, a ponto de inviabilizar a candidatura dele em 2018. Por isso, quem entrou no desespero agora foi ele, que está saindo em busca do tempo perdido. E pela primeira vez Lula está dizendo verdades. Suas críticas ao governo Dilma e ao PT são todas procedentes. Ninguém se atreve a responder. Apesar de Lula ser um canalha apoteótico, traidor, egocentrico e perigosissimo.

Acontece que seu apregoado sonho de mudar o Brasil não existe mais. Todos já sabem que os petistas deixaram o país em segundo plano. Conforme disse Lula, cada um tratou de arranjar um jeito de se arrumar, esta é a realidade. O programa do partido não existe mais. No PT de hoje, tudo soa falso, como o próprio Lula.

A revolução que Lula prega não virá dos trabalhadores, ninguém mais acredita nisso. Ele mesmo é um líder tão falso quanto o partido, uma farsa que durou (e para alguns ainda dura) 30 anos. A única esperança dos brasileiros vem do Paraná. Se der certo o esforço da Polícia Federal, do Ministério Público e do juiz Sérgio Moro em enjaular toda esta canalhada, se der certo o esforço em calcinar toda esta Camarilha de Vampiros, realmente haverá algo de novo em que acreditar. Se eles fracassarem, continuaremos perguntando que país é esse… E Lula até terá chances de voltar a ser presidente.


terça-feira, 24 de março de 2015

É preciso assassinar 1964

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


NÃO!!!

















Ninguém é eternamente responsável por aquilo que cativa, como quiseram e ainda querem ensinar aos pequenos. Da mesma forma, ninguém pode ser punido eternamente por um mesmo erro. As penas devem ser cumpridas integralmente, e ponto final. Depois do cumprimento, o que deve ficar é liberdade. Da mesma forma, quem nunca foi punido por seus tropeços nunca terá a absolvição – seja de si próprio ou da sociedade.

A Lei da Anistia brasileira é um bom exemplo disso. O que aconteceu durante o período do governo militar, marcado por forte repressão, prisões arbitrárias, torturas e assassinatos, nunca foi investigado adequadamente pelo poder público. Somente agora, com o instituto da Comissão da Verdade, é que o assunto vem à tona de forma efetiva.

Os defensores da lei afirmam que não há motivo nenhum para abrir investigação em relação aos crimes das Forças Armadas naquele período. É como se a legislação já tivesse caráter punitivo. Mas a única “punição” que os agentes da ditadura tiveram até o momento foi o esquecimento. Esse mesmo contra qual a Comissão da Verdade luta bravamente.

Trata-se de um trabalho de reconstituição de uma memória triste e dolorida. Muito já se perdeu pelo tempo, ficou trancado no sofrimento silencioso dos sobreviventes da época, que, agora, buscam uma sinalização de reparação. Não é apenas uma questão financeira, aliás, é muito mais do que isso, trata-se de devolver a dignidade a cidadãos brasileiros que foram condenados à morte e sentenciados à tortura sem nenhum julgamento. Seus destinos foram decididos pela vontade dos agentes da ditadura – senhores e donos do poder.

A realidade é que essa triste passagem da história do Brasil ainda é um ponto obscuro e, à medida que aqueles sobreviventes envelhecem e morrem, mais oculto ficará. Talvez essa obscuridade seja o motivo pelo qual, com tanta facilidade, brasileiros ainda vão para as ruas pedir intervenção militar. Os jovens, certamente, não têm memória. Também não aprenderam na escola nada sobre o golpe militar e suas consequências. Até há bem pouco tempo, o golpe era tratado como Revolução de 1964 nos livros didáticos; Ridículo.


Esqueceram a carnificina de 1964

Agora, fica uma pergunta. Se os jovens não sabem o que aconteceu, os brasileiros com cerca de 50 anos ou mais – muitos deles estão nas ruas, clamando, irracionalmente, pela intervenção militar – se esqueceram de tudo aquilo? Por que esses mesmos brasileiros cinquentenários , atualmente, senhores e senhoras defendem algo que fez tão mal ao país quando jovens eram? Onde eles estavam? Ou, talvez, o que fazem hoje que os leva a pedir ditadura militar?

Todos têm que ir para as ruas quando insatisfeitos. Protestar é ato democrático. Protestar para acabar com a democracia é o quê mesmo?





Chico Buarque de Holanda e Milton Nascimento Cantam "Cálice" de Gilberto Gil





sábado, 14 de março de 2015

Quem financia os meninos do golpe?

Corporação petroleira norte-americana que ataca direitos indígenas, depreda o ambiente e tem interesse óbvio em atingir a Petrobras é uma das financiadoras dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff. Manifestação do dia 15 não é apenas uma nova tentativa de 3º turno; ela esconde uma grande negociata. “Business as usual”.

“Estudantes pela Liberdade”
(EPL) são financiados por corporação petroleira
 norte-americana que ataca direitos indígenas,
depreda ambiente e tem interesse óbvio em atingir a Petrobras


























Por Antonio Carlos Costa - Do Rio de Janeiro
(Transcrito do site Pragmatismo)




David Koch se divertia dizendo que fazia parte “da maior companhia da qual você nunca ouviu falar”. Um dos poderosos irmãos Koch, donos da segunda maior empresa privada dos Estados Unidos com um ingresso anual de 115 bilhões de dólares, eles só se tornaram conhecidos por suas maldosas operações no cenário político do país.

Se esses poderosos personagens são desconhecidos nos Estados Unidos, o que se dirá no Brasil? No entanto eles estão diretamente envolvidos nas convocações para o protesto do dia 15 de março pela deposição da presidenta Dilma.

Segundo a Folha de São Paulo o “Movimento Brasil Livre”, uma organização virtual, é o principal grupo convocador do protesto. A página do movimento dá os nomes de seus colunistas e coordenadores nos Estados. Segundo o The Economist, o grupo foi “fundado no último ano para promover as respostas do livre mercado para os problemas do país”.


Os poderosos irmãos Koch

Entre os “colunistas” do MBL estão Fabio Ostermann, que é coordenador do mesmo movimento no Rio Grande do Sul, fiscal do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e diretor executivo do Instituto Ordem Livre, co-fundador da rede Estudantes Pela Liberdade (EPL), tendo sido o primeiro presidente de seu Conselho Consultivo, e atualmente, Diretor de Relações Institucionais do Instituto Liberal (IL). Outros participantes são Rafael Bolsoni do Partido Novo e do EPL; Juliano Torres que se define como empreendedor intelectual, do Partido Novo, do Partido Libertários, e do EPL.

Segundo o perfil de Torres no Linkedin, sua formação acadêmica foi no Atlas Leadership Academy. Outro integrante com essa formação é Fábio Osterman, que participou também do Koch Summer Fellow no Institute for Humane Studies.

A Oscip Estudantes pela Liberdade é a filial brasileira do Students for Liberty, uma organização financiada pelos irmãos Koch para convencer o mundo estudantil da justeza de suas gananciosas propostas. O presidente do Conselho Executivo é Rafael Rota Dal Molin, que além de ser da Universidade de Santa Maria, é oficial de material bélico (2º tenente QMB) na guarnição local.

Outras das frentes dos irmãos Koch são a Atlas Economic Research Foundation, que patrocina a Leadership Academy, e o Institute for Humane Studies, às quais os integrantes do MBL estão ligados.

Entre as atividades danosas dos irmão encontra-se o roubo de 5 milhões de barris de petróleo em uma reserva indígena (que acarretou uma multa de 25 milhões de dólares do governo americano) e outra multa de 1,5 milhões de dólares pela interferência em eleições na Califórnia. O Greenpeace considera os irmãos opositores destacados da luta contra as mudanças climáticas. Os Koch foram multados em 30 milhões de dólares em 300 vazamentos de óleo.

As Koch Industries têm suas principais atividades ligadas à exploração de óleo e gás, oleodutos, refinação e produção de produtos químicos derivados e fertilizantes. Com esse leque de atividades não é difícil imaginar o seu interesse no Brasil — a Petrobras é claro. Seus apaniguados não escondem esse fato.

O MBL, que surgiu em apoio à campanha de Aécio Neves, não esconde o que pretende com a manifestação: “O principal objetivo do movimento, no momento, é derrubar o PT, a maior nêmesis da liberdade e da democracia que assombra o nosso país” disseram Kim Kataguiri e Renan Santos em um gongórico e pretensioso artigo na Folha de S.Paulo. Eles não querem ser confundidos com PSDB, que identificam com o outro movimento: “os caras do Vem Pra Rua são mais velhos, mais ricos e têm o PSDB por trás” diz Renan Santos. “Eles vão pro protesto sem pedir impeachment. É como fumar maconha sem tragar”. Kataguiri não se incomoda que seja o PMDB a ascender ao poder: “O PMDB é corrupto, mas o PT é totalitário”. Mas Pedro Mercante Souto, outro dos porta-vozes do MBL, foi candidato a deputado federal no Rio de Janeiro pelo PSDB (com apenas 0,10% dos votos não se elegeu).

Apesar do distanciamento do PSDB a manifestação do dia 15 parece ser apenas uma nova tentativa de 3º turno, mas como vimos ela esconde uma grande negociata. “Business as usual”.
OBS: O elo principal do EPL no Brasil, como diz o próprio nome, é uma ‘meninada’. A liderança do movimento no Brasil é Hélio Beltrão Filho, fundador, presidente, patrocinador do Instituto Mises Brasil e irmão da apresentadora do Estudio I da Globo News, Maria Beltrão, também um afiliado do Mises Institute dos EUA, e que fornece o material e treinamento a centenas de jovens que difundem as páginas do site nas redes sociais.




Hélio Beltrão Filho, com a irmã Graziella. Personagens constantes das colunas sociais



















Os jovens vão a campo com um discurso pronto, praticamente um script de telemarketing. O Hélio foi investment banker do Banco Garantia, que fez a fortuna do Jorge Paulo Lemann, que ele vendeu para o Credit Suisse. Ele é sócio-herdeiro do Grupo Ultra, o mesmo Grupo Ultra que apoiou financeira e logisticamente, com os caminhões da Ultra-Gas, o golpe de 64 e mais tarde a Operação Bandeirante (Oban). Na época o presidente do Grupo era Henning Boilensen, que fazia o fundraising na FIESP para o regime militar. Em troca, o governo lhe pagava adiantado aquilo que ele comprava e fornecia a prazo. Ou seja, ganhava com o giro negativo.



Veja abaixo Koch Brothers Exposed, documentário lançado em 2012 que se tornou viral nos EUA ao mostrar como os bilionários David e Charles Koch, representando o 1%, desvirtuaram a democracia americana, comprando a Câmara e o Senado.






*Antônio Carlos Costa - Teólogo calvinista e fundador do Rio de Paz (Filiado ao DPI da ONU)


sábado, 7 de março de 2015

Afagando a POBREZA e dela nutrindo-se de BILHÕES

Por Antonio Siqueira Do Rio de Janeiro




Desigualdade 
















Desde os tempos de Getúlio Vargas nada produz melhor dividendo político do que rotular-se defensor dos pobres. É um discurso que agrada pobres e ricos. Tanto isso é verdade que o PT, em seus anos de credibilidade, enquanto distante das decisões administrativas e dos recursos públicos, era o partido campeão de votos nos bairros mais aristocráticos de Porto Alegre.

Lula, no entanto, precisa dizer o contrário. Ele e seu partido, não se contentam com propagandear o zelo pelos mais necessitados. Eles precisam, também, repetir à exaustão que os ricos ficam contrariados com isso. Falam, Lula e os seus, como se rico fosse idiota e não soubesse, na experiência própria e na internacional, que nada ajuda mais a prosperidade dos ricos do que a prosperidade de todos. É mais riqueza gerada, mais PIB, mais mercado, mais consumo, maior competitividade. Pobreza é atraso e culto à pobreza deveria ser catalogado como conduta antissocial.

A sedução produzida pelo discurso em favor dos pobres se abastece das próprias palavras. Fala-se no Brasil de uma estranha ascensão social em que o número de dependentes do socorro direto do governo aumenta indefinidamente através das décadas. O bolsa-família é um campo de concentração de ingresso voluntário, onde quem entra não sai nem que a vaca tussa. E o seguro-desemprego tornou-se o amigo número um da rotatividade no emprego, desestimulando a permanência no trabalho remunerado. Enquanto isso, o sistema educacional das classes favorecidas no discurso e desfavorecidas nas ações de governo continua reproduzindo a miséria nas salas de aula que o Brasil destina às suas populações carentes.

Enquanto isso, em dez anos de governo dos que supostamente privilegiam a pobreza, o número de bilionários brasileiros pulou de seis para 63, regredindo para 54 com as marolinhas do ano passado. Nenhum crescimento semelhante ocorreu, no mundo, durante esse período. E aí, amigos, deem-se vivas não a um desenvolvimento harmônico da sociedade, mas ao BNDES e seus juros de pai para filho, subsidiados com o suor do nosso rosto.

Voto de Cabresto: Uma maldição!

De 2009 para cá, o banco passou a esguichar dinheiro grosso para a zelite das empresas nacionais. Só do Tesouro Nacional, R$ 360 bilhões foram repassados ao banco para acelerar o desenvolvimento de empresas amigas do governo, muitas das quais com credibilidade semelhante à do próprio governo. Não vou falar dos financiamentos negociados através do itinerante ex-presidente Lula em suas agendas comerciais com ditadores latino-americanos e africanos, porque essa é uma outra história.



Bilhões foram pelo ralo das análises mal feitas e dos negócios mal explicados. Há um clamor nacional pela CPI do BNDES. O governo que diz zelar pelos pobres (mas que precisa deles em sua pobreza) destinou muito mais recursos aos bilionários (porque precisa deles em sua riqueza). Afinal, ninguém tira centenas de milhões de reais do próprio bolso para custear campanhas eleitorais. Esse é o tipo de coisa que só se faz com o dinheiro alheio, vale dizer, com o nosso próprio dinheiro, devidamente levado pelo fisco e, depois, lavado pelo governo nas lavanderias dos negócios públicos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Em pouco tempo a França será islãmica

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro
O caso da França é impressionante


















Em meio ao radicalismo que cerca a questão islâmica na Europa, aumentou o interesse por um vídeo de 7 minutos intitulado “Muslim Demographics” (Demografia Muçulmana) sobre o crescimento do islamismo na Europa. Na versão dos dados do vídeo, postado no Youtube em 2009, a França, onde hoje 5% da população já são islamistas, se transformaria num país muçulmano em apenas 39 anos, ou seja, em 2048. E o mesmo ocorreria com outros países nas próximas décadas.

Em poucos anos, a Europa, como a conhecemos hoje, deixará de existir”, diz o cardeal ganense Peter Turkson, que em 2012 exibiu o vídeo no Vaticano, quando já tinha recebido no Youtube mais de 13 milhões de vezes. Há na internet uma versão em português, aparentemente postada pela Primeira Igreja Batista de São José dos Campos (SP).

Uma reportagem postada à época no blog de Paulo Lopes informava que o vídeo conclui que a França se tornará islâmica em decorrência da queda de sua taxa de natalidade (1,8 filho por mulher), em combinação com o aumento da imigração de muçulmanos, com natalidade de 8,1 filhos por mulher. Atualmente, 30% dos jovens com menos de 20 anos são islamitas. “Em 2027, 1 a cada 5 franceses será muçulmano”, diz o vídeo. “Em apenas 39 anos, a Franca será uma república islâmica.”

Como o vídeo funciona como um chamamento aos cristãos para que reajam ao avanço islâmico, houve mal-estar tanto na Igreja Católica com em lideranças muçulmanas, e o cardeal Turkson teve de pedir desculpas. “Minha intenção nunca foi a de chamar os cristãos às armas. Sinceramente, peço desculpas. Nunca quis fazer isso”, disse ele, segundo o blog de Paulo Lopes.

Os muçulmanos alegaram que os dados apresentados pelo vídeo teriam sido distorcidos, de modo a dramatizar as consequências da imigração islâmica, a Conferência Episcopal da Europa se comprometeu a levantar informações mais confiáveis.

De 2012 para cá, o problema se radicalizou ainda mais, não somente na França, que tem aprovado legislações especiais para evitar que os imigrantes islamitas vivam uma voluntária situação de apartheid em relação à população francesa, mas também na Alemanha, onde não para de haver manifestações populares contra a islamização do país.





O vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=6-3X5hIFXYU