quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Sem Saída



Angela Merkel está diante de um problema insolúvel, terrorismo islâmico na Europa está apenas começando, e não há como evitar




Desolação


















Vamos falar a sério sobre o mais recente atentado terrorista na Europa. A iniciativa comprova que os jihadistas mudaram de estratégia e agora a guerra santa contra os infiéis se desenvolve com outras armas, e o caminhão de entregas passou a ser a principal delas. Na manhã desta quarta-feira, antes que a imprensa brasileira noticiasse, o comentarista Ednei Freitas nos informou que o principal suspeito da chacina em Berlim fora identificado como o tunisiano Anis Amri, de 24 anos, e que uma recompensa de até 100 mil euros seria oferecida a quem fornecer informações sobre seu paradeiro.

É bem provável que ele seja capturado, junto com seus principais cúmplices, mas isso de nada adiantará. A Europa inteira está invadida por terroristas ligados a grupos radicais como o Estado Islâmico, que assumiu a autoria do atentado. Daqui para frente, qualquer aglomeração ou comemoração na Europa é um risco, porque os jihadistas agem de diversas maneiras, não é possível evitar novos ataques.

O fato concreto é que os países europeus enfrentam graves problemas sociais, porque suas populações pararam de crescer e começaram a diminuir. O índice de reposição populacional necessita que, na média, cada mulher tenha 2,1 filhos, mas a maioria dos casais europeus têm apenas um filho.

Os governos tentaram aumentar a taxa de natalidade, mas não deu certo, porque os incentivos oferecidos às mulheres foram insuficientes. A solução encontrada – atrair imigrantes para trabalhos subalternos – foi um erro colossal e causou o gravíssimo problema que os europeus defrontam hoje. A chanceler alemão Angela Merkel não sabe o que fazer, simplesmente porque não há solução.

Os muçulmanos se espalharam pela Europa, com os jihadistas infiltrados entre eles. E a grande diferença é que as famílias imigrantes se multiplicam descontroladamente, porque os casais islamitas não adotam práticas anticoncepcionais. Em algumas décadas, serão maioria na França e elegerão o presidente.

 É ingenuidade acreditar que os alemães de repente se tornaram caridosos para acolher os pobres estrangeiros como irmãos. Desde que a imigração começou, há 50 anos, os trabalhadores imigrantes sempre foram discriminados. Eram conhecidos como “cabeças pretas”, porque a maioria (portugueses e turcos) tinha cabelos escuros.

Foi assim que a Alemanha Ocidental, antes da fusão, começou a ser habitada por dois povos – a elite germânica e os serviçais imigrantes. É muito diferente do que acontece no Brasil, onde a miscigenação é descontrolada e muçulmanos até se casam com judeus. Na Europa isso não existe. Seus povos estão divididos. Os europeus apenas toleram os imigrantes, que vivem em guetos. É claro que isso jamais iria dar certo.

GUERRA NÃO DECLARADA – O fato consumado é que o mundo já está vivendo uma espécie de Terceira Grande Guerra, com os jihadistas lutando contra as nações que tanto os exploraram – os Estados Unidos e os principais países da Europa.

Por estarem mais próximos e já infestados de radicais islâmicos, os europeus se tornaram alvos preferenciais dessa guerra não declarada, que está apenas começando. Basta lembrar as palavras do terrorista turco que matou o embaixador russo. Ele foi bastante claro. Seu recado não deixa dúvidas. E assim caminha a humanidade.

domingo, 27 de novembro de 2016

O Comunismo dos Traidores Morreu Definitivamente

Fidel traiu Marx e Engels, que jamais defenderam a tal “Ditadura do Proletariado”

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




Não adianta querer atribuir a esses dois grandes filósofos humanistas
 as perseguições, as chacinas e os massacres promovidos
por ditadores supostamente tidos como comunistas.
























A morte de Fidel Castro é uma boa ocasião para reflexões ideológicas, porque o comunismo está aparentemente superado e fora de moda. O fato concreto é que, nas últimas décadas, a inovadora doutrina criada por Karl Marx e Friedrich Engels deixou de ser discutida em relação à época em que foi idealizada, em meados do século XIX, início da revolução industrial. E o marxismo passou a ser fraudulentamente considerado como sinônimo de ditadura e barbárie, vejam a que ponto as distorções intelectuais e políticas podem chegar.

Não adianta querer atribuir a esses dois grandes filósofos humanistas as perseguições, as chacinas e os massacres promovidos por ditadores supostamente tidos como comunistas, como Josef Stalin, Fidel Castro, Pol Pot etc. Nenhum deles era verdadeiramente comunista e seguia as lições de Marx e Engels.

Também não adianta vir aqui defender Vladimir Lenin, alegando que ele era o mocinho e Stalin teria se tornado o bandido, porque na realidade os dois foram parceiros na criminosa manipulação da doutrina marxista para implantação da sangrenta ditadura na Rússia.


Lenin inventou a Ditadura do Proletariado e atribuiu a Marx
O maior exemplo das absurdas distorções do pensamento de Marx e Engels é a famosa “Ditadura do Proletariado”. Essa expressão, que passou a ser usada como sinônimo de marxismo ou comunismo, na verdade não existe na extensa obra filosófica, econômica, política e social desses dois pensadores prussianos.

Um dos maiores estudiosos do marxismo foi Karl Johann Kautsky, um filósofo, jornalista, historiador e economista tcheco-austríaco que se tornaria um dos fundadores da ideologia social-democrata. Kautsky nasceu em 1854, justamente quando se discutia na Europa o Manifesto Comunista, lançado em 1848.  Sua obra é extraordinária. Fez estudos profundos e lançou livros sobre o Cristianismo, a Utopia de Thomas More, a Ética e o Materialismo, as Doutrinas Econômicas, a Mais Valia etc.

Foi o maior pensador de seu tempo, deixou uma obra portentosa. E ninguém estudou o marxismo como Kautsky. O mais interessante foi a polêmica travada com Stalin e Lenin. Com total conhecimento de causa, Kautsky destruiu a farsa da “Ditadura do Proletariado”, expressão jamais usada por Marx e Engels em suas obras. Na verdade, Marx não a mencionou nem mesmo na célebre carta escrita ao médico alemão Ludwig Kugelmann em 1871, que é citada como prova de que ele defendia a “Ditadura do Proletariado”.

Ao contrário do que se apregoa hoje com a maior irresponsabilidade, Marx e Engels jamais defenderam nenhuma ditadura, eram humanista, democratas e lutavam pela liberdade de imprensa. O que eles defendiam era a possibilidade da transformação pacífica da democracia burguesa em democracia proletária.

«Atualmente, em 1917, na época da primeira grande guerra imperialista, esta ressalva feita por Marx perdeu a razão de ser”, escreveu Lênin em “O Estado e a Revolução”, livro lançado um mês antes da revolução comunista na Rússia. E acrescentou: “A ditadura do proletariado é o Poder do proletariado sobre a burguesia, Poder não limitado por lei e baseado na violência e que goza da simpatia e do apoio das massas trabalhadoras e exploradas“.

Quando Lenin inventou a “Ditadura do Proletariado” baseada na violência, Marx já estava enterrado em Londres há 34 anos. Portanto, Marx e Engels não têm nada a ver com as atrocidades cometidas pelos ditadores pseudo-comunistas.



Religião + Comunismo = igualdade:

Toda religião que se preza defende a igualdade, a fraternidade e a liberdade. Não foram os revolucionários franceses de 1789 que inventaram esse lema, apenas copiaram o que aprenderam na Igreja. Não incluíram caridade, dignidade, honestidade e humildade, porque assim o lema ficariam muito extenso e perderia o impacto.

E tudo isso vem desde Krishna na Índia (3 mil anos antes de Cristo); Lao Tse na China (1300 a.C.); Moisés no Egito e Oriente Médio (1291 a.C); Buda na região do Nepal/Himalaia (600 anos a.C.); Confúcio no Nordeste da China (550 anos a.C.); Sócrates na Grécia (469 a.C.); Jesus Cristo na Palestina, com a abertura da atual nova Era; e Maomé (570 depois de Cristo).


Jesus Cristo, o Revolucionário:

Não foi à toa que Karl Kautsky estudou tanto as origens do cristianismo, os evangelhos, as relações de Jesus  com os essênios, seita judaica socialmente evoluída. Assim como outros grandes historiadores, Kautsky dizia que Pôncio Pilatos, governador da Judeia, no julgamento de Jesus Cristo, não o considerou um simples pregador religioso, mas como um líder revolucionário que lutava para desestabilizar o Império Romano na Palestina. Por isso, condenou-o à crucificação, castigo reservado aos rebeldes e outros inimigos da sociedade, como os ladrões.

Naquela época, os rebeldes eram chamados de “zelotes”, expressão que agora entrou em moda aqui no Brasil, na caça aos corruptos. Mas isso já é outro assunto, e depois a gente volta a ele, na Graça de Deus, porque sou socialista legítimo mas não deixei de ser religioso.



segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Um país sem rumo

Por Fernando Figueiredo - De Niterói

Autoengano em um país sem rumo




















Governar o Brasil hoje é apenas para impedir que ele se destrua, os três poderes tentam anular a autoridade um do outro o tempo todo. As instâncias judiciárias são inúmeras e podem se arrastar até o Supremo, tudo para evitar a rapidez e a eficiência. O mesmo podendo se dizer da criação de uma lei, que se for matéria constitucional então nem se fala.

Há décadas ouvimos falar em reformas urgentes mas que ninguém consegue fazer. É por isso que Oswaldo Aranha dizia que o Brasil só crescia entre meia-noite e seis da manhã, enquanto todo mundo estava dormindo.

Incrível como a esquerda quer agora culpar a direita, o imperialismo e entidades estrangeiras pela retirada do PT do governo, quando foram eles os responsáveis pelo próprio fracasso.

Parece que o atraso voltou a comandar o Brasil, inviabilizando, talvez, um projeto social democrata para o país. Depois de mais de uma década de governos sérios, de Fernando Henrique e do primeiro mandato de Lula.

A democracia, apesar de ser o melhor regime que existe, nos obriga a ver de que lixo é formado os representantes do povo.

Em pouco mais de um ano, descobrimos que havia uma quadrilha no poder e que estamos mais indefesos do que pensávamos
.
Que Deus nos proteja.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Day after

Por Fernando Figueiredo - De Niterói - RJ
@P&A





Dilma caiu quando já não tinha mais nada a oferecer ao país. Mudar foi bom, mas não o suficiente, não foi legitimado por um voto. Marcuse já dizia em 1970 em suas Cinco Conferências : “hoje temos a capacidade de transformar o mundo em um inferno e estamos em caminho de fazê-lo. Mas também temos a capacidade de fazer exatamente o contrário.”
Não dá para reinventar a História, não com a intenção de repetir nada, pois como dizia um barbudo do século 19, a História não se repete, a não ser como farsa ou tragédia.
Devemos olhar com apreensão os abusos cometidos pelo Estado na repressão a manifestações contrárias ao governo, a exemplo dos jovens que foram presos no domingo, dia 4. Ninguém é a favor da baderna, mas ninguém suporta a crueldade e a covardia com que os jovens são tratados pela Polícia Militar.
Vale a pena reproduzir a decisão do magistrado que mandou soltar, parte, dos jovens. Criticando a ação da PM:  "O Brasil como Estado Democrático de Direito não pode legitimar a atuação de praticar verdadeira 'prisão para averiguação' sob o pretexto de que estudantes poderiam, eventualmente, praticar atos de violência e vandalismo em manifestação ideológica. Este tempo, felizmente, já passou".

“Ao rei tudo, menos a honra.”

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O Drama de Dilma aos Olhos da História e aos olhos deste escriba

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


Presença de Dilma no Senado dará um tom dramático
à decisão do impeachment





















O impeachment de Dilma Rousseff não se situa historicamente em nenhum dos lados que revestiram o panorama institucional brasileiro ao longo dos últimos 61 anos. Trata-se de um episódio singular, que está levando a seu afastamento, com os reflexos da enorme corrupção que permaneceu em seu governo, após ter sido instalada a partir da chegada de Lula da Silva ao poder. O que está assegurando o impeachment de Dilma é a atmosfera nacional de revolta contra os crimes praticados pelo PT e pelos grandes empresários do país, numa aliança superconservadora que abalou a economia brasileira fortemente, causou desemprego e a repugnância da população brasileira.

Importante acentuar que a história do Brasil registra desfechos a favor e contra a democracia. A reação político-militar de novembro de 55 foi para assegurar a posse de Juscelino Kubtscheck na presidência da República, vitorioso nas urnas populares que o colocaram à frente de Juarez Távora, Ademar de Barros e Plínio Salgado. O cumprimento da Constituição encontrava-se ameaçado pelas investidas golpistas, estas sim, de Carlos Lacerda, Carlos Luz e Café Filho.

Em 1961, em consequência da renúncia de Jânio Quadros, houve a solução intermediária de um parlamentarismo de ocasião, para permitir a investidura de João Goulart no Palácio do Planalto. O equilíbrio de forças, na ocasião, levaram ao roteiro adotado.

Em 1964, a deposição de Goulart partiu de um consenso das Forças Armadas legitimado pelo quadro político-partidário, que logo nos primeiros dias do General Castelo Branco no governo foi ultrapassado pelo poder militar que implantou uma ditadura que só acabou em 1985, portanto, 21 anos depois.

Dilma Rousseff será principalmente acusada de omissão grave quanto a crimes de corrupção praticados, inclusive por ministros e ex-ministros que nomeou ao longo de seus cinco anos no Planalto. Na verdade este é o principal argumento que torna impossível sua permanência na chefia do Executivo.

Sua queda final, no confronto que travará com falsos amigos de outrora, ingressará nas páginas da história como um capítulo dos mais tristes e dramáticos. Não se deve esquecer que entre aqueles que vão condená-la encontram-se muitos que também devem ser condenados. O destino é assim...o Brasil é assim...


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Islamofobia, Hitler, discurso de ódio.

Por Fernando Figueiredo - De Niterói - RJ
+ArteVitalBlog @arte_antonio_siqueira







Quem lembra quando, em 2006, as caricaturas blasfemas contra o Islã que foram publicadas por um jornal dinamarquês provocaram 205 mortos? Na época, a posição oficial da União Europeia era de que não havia islamofobia de forma alguma e que se tratava de um incidente isolado. Mas agora assistimos a uma autêntica negação da realidade, sob a bandeira dos Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente).
Uma cadeia ininterrupta de vitórias da extrema-direita no velho continente foi recebida com uma indiferença generalizada. Ignorando uma maré xenófoba, nacionalista e populista que se está apoderando da Europa. Que defende a expulsão de todos os muçulmanos, declarando o Islã incompatível com a Europa. Lembremos que Hitler declarou os judeus incompatíveis com a Europa, isto não provoca um déjà vu?


Essa guinada à direita do continente, além do nacionalismo e do populismo, recebeu a contribuição da criação do Estado Islâmico, em 2014, com atentados na Europa que difundiram um medo generalizado.e da crise dos refugiados, vista na Europa como uma invasão maciça e sem precedentes,


O fato de que muitos dos refugiados fogem de guerras que foram iniciadas por nós é completamente esquecido. Mas atribuir toda a responsabilidade à onda de refugiados e ao Estado Islâmico significa uma leitura superficial da situação.

A islamofobia pode acabar na criação de um ciclo vicioso, uma espiral de ódio capaz de criar ainda mais violência.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Bom humor Vs Mau humor.


Uma Crônica de Ricado Le Duque - Do Rio de Janeiro

O mal humor é uma doença contagiosa que mata por
dentro quem a tem e quem convive com o mau humorado.



























Nosso povo brasileiro é mesmo muito interessante. Tem uma espécie de bipolaridade acentuadíssima. Quando o assunto é política já tivemos a oportunidade de ver o show dos ódios versus amores, ambos cegos.

Vimos também essa natureza nos grandes eventos dos jogos Panamericanos, Copa do Mundo e, agora, a Olimpíada.

Oscilamos entre a diversão com os nossos patéticos momentos e uma espécie de falcete de consciência política que vê absolutamente tudo como se fosse uma conspiração do capitalismo opressor contra uma outra espécie de falcete, a de um povo bom e merecedor de toda a benevolência humana.

Tenho uma sobrinha muito inteligente que me apresentou uma pérola do simbolismo. Disse, certa vez em um post, que "O exagero é a matéria prima da piada".

Assim percebo uma coisa interessante que é o duplo feitiço causado pelos discursos ultra mega super politizados que algumas pessoas tentam enfiar na marra em absolutamente tudo. O resultado é lógico: aquilo acaba virando piada. Uma coisa alimenta a outra.

Nunca tive apelido que "colasse" porque eu estragava sempre aquela tentativa do que hoje chamam de bullying justamente porque eu era o primeiro a achar a maior graça. Sem me dar conta desse antídoto, contra a malícia, lá estava eu estragando a piada do malvadinho. Assim... meu algoz logo ficava com um sorriso amarelo até perder toda a graça para o meu auto bullying.

Portanto aprendi cedo a rir de mim, dos meus e de tudo aquilo que me oferece a idéia de pertencimento. Sejam as piadas contra meu flamengo, contra o meu cristianismo, o meu ministério pedagógico, à música, minha família às minhas opções políticas e nacionais. Não há piada que não me faça rir. Seja ela em si por ser boa ou pela patetice do mau gosto de quem a conta.
Então... evite o humor, o bom ou o mau, quando quiser algo a sério comigo. Ah fala sério!














Ricardo Le Duque é professor de história, professor de música, tocador e pensador muito bem casado, muito bem humorado e amigo deste blog







Confira:






quarta-feira, 27 de julho de 2016

O picadeiro de um patife

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro



As idiotices de Eduardo Paes fazem sucesso nas redes sociais



























Alguém precisa segurar o Eduardo Paes. Camisa de força, algemas, mordaça, óleo de rícino, sei lá. O homem está impossível, já saiu do terreno político e virou poule de dez para mascote do Pinel. Trata-se de patologia inacessível a nós, não iniciados, mas certamente diagnosticável pelos especialistas.

O que aconteceu nesses dias com a delegação australiana para as Olimpíadas é, como dizem os moderninhos, um case. Os caras atravessam um oceano, encaram Aedes, calamidade pública, segurança terrível, e não conseguem ocupar seus alojamentos. Reclamaram, com razão, de vazamentos, cheiro de gás, sujeira, fiação à mostra, típicos de obras inacabadas. A chefe da delegação, veterana de cinco Olimpíadas, falou grosso, horrorizada com o estado das instalações. O prefeito, versão cada vez mais caricata do Cândido voltaireano, se saiu com uma piadinha canalha. “A gente vai botar um canguru na frente do prédio para eles se sentirem em casa”. Sem ter a decência de botar a viola no saco, reconhecer o absurdo da situação e desculpar-se pelo ocorrido, apelou para o estereótipo. Pois vamos seguir nessa linha.

Suponhamos que os jogos fossem em Sidney e a delegação brasileira reclamasse de instalações precárias. O que diríamos se o prefeito australiano convocasse a imprensa e dissesse que colocaria um corpo de pessoa abatida por bala perdida na frente do prédio, para que os brasileiros se sentissem em casa? Ou uma passista pelada? Político corrupto ou doleiro/marqueteiro dos bacanas também serviria. Garanto que os patrioteiros convocariam marchas cívicas, os mais exaltados pediriam a suspensão de relações diplomáticas com os cangurus, digo, com os coalas. Perdão, com os australianos. É nesse terreno que Arrelia Paes resolveu trafegar.

PERGUNTA-SE – Faltando pouco para os ufanistas receberem a chave simbólica do Rio, é preciso perguntar. Você se mudaria para um prédio que não fosse vistoriado, sem receber o habite-se? Quem vistoriou os prédios da Vila Olímpica e os liberou para moradia (mesmo que temporária)? Quem é responsável pela cagada, digo, pelo “erro involuntário”?

O prefeito dirá, a exemplo do caso da ciclovia assassina, que não é fiscal, não tem a expertise necessária para analisar a qualidade das construções. Então tá, Piolin Paes, ninguém tem culpa, problemas acontecem. A questão é que todos nós pagamos a conta. Alguns, além da carteira, perdem a vida.

Achou engraçadinho o que disse o prefeito ? Pois então pense no que escreveu Apparício Torelly, o grande Barão de Itararé: “Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você”.

O prefeito babaca está, no momento em que finalizo este artigo, concedendo entrevista ao apresentador Jô Soares na Rede Globo de televisão.

domingo, 10 de julho de 2016

Entenda como o PT "Descobriu o Brasil"

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro






Esboço Único























Nos primeiros anos do governo Lula, brincava-se com o que se compreendia como uma presunção petista. Comentava-se – “O PT pensa que descobriu o Brasil”. Sob o novo governo, tudo era como “nunca antes na história deste país” e a própria narrativa histórica era refeita para se adequar a tais premissas. O petismo gerava grandes “novidades”! Descobrira a escravidão negreira e reacendia tensões raciais. Captara a existência de desigualdades sociais e manejava para produzir antagonismos a partir delas. Percebera desníveis de renda entre o Norte e o Sul do país e extraía daí as bases para o coronelismo de Estado lá onde, ainda hoje, alojam-se seus principais redutos. E assim por diante. Na alvorada do século XXI, o PT era o novo Cabral chegando com a modernidade aos botocudos brasileiros.

Tudo ficaria na base do transitório e jocoso, não fosse o fato de que o partido governante levava tudo aquilo muito a sério e tinha um projeto de poder que não admitia interrupção. Não que o projeto político para o país fosse uma preciosidade em si mesmo, mas porque o poder era por demais precioso ao partido.

José Dirceu, em um evento, afirmou em 2009, textualmente: “Se o projeto político é o principal, o principal é cuidar do PT”. E o Brasil? Ora, o Brasil! O Brasil, àquelas alturas, já era tratado como uma colônia pela corte petista instalada em Brasília.


Colonialismo

A atitude colonialista se expressa em diversos aspectos do cotidiano nacional. Há um colonialismo com reflexos na produção cultural e na cultura, pois uma mão lava a outra no acesso aos benefícios e estímulos financeiros proporcionados pela corte. A invasão do politicamente correto produziu efeito deletério na indiada que antes vivia numa sociedade livre, impondo autocensura à liberdade de expressão.

O sistema público de ensino foi domesticado para só ministrar o que a corte de Brasília deseja ver ensinado através de seus trabalhadores em Educação. Em nenhuma hipótese tais conteúdos podem divergir da orientação imposta pelo colonialismo petista. Não convém à corte que seus súditos tenham armas para defesa pessoal. Por isso, inúmeras e onerosas dificuldades lhes são impostas para tal posse.

No mesmo sentido, o colonialismo, de modo crescente, reduziu a autonomia dos entes federados – estados e municípios – em favor da centralização e consolidação de seu projeto de poder. Vai-se a Federação para o brejo.



Monopólio Bipartidário

A exemplo do velho colonialismo europeu, a corte transformou em monopólio partidário a parcela mais rentável dos negócios de Estado, e neles atua, simultaneamente, como contratante e intermediária. Por óbvio, tudo fica mais oneroso ao súdito, pagador de impostos e consumidor dos serviços prestados pela corte. Portanto, laços fora, brasileiros! As cortes de Brasília querem, mesmo, escravizar o Brasil.


segunda-feira, 4 de julho de 2016

A Desmoralização é Iminente, A Involução é Fato

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




Arte_Charge_@Duke

























De repente, a indignação. É inaceitável o número de bandidos flagrados desviando dinheiros públicos há anos, processados em seguida e que agora são privilegiados objetos de bondades do Judiciário. Sucedem-se as condenações, seguem-se os benefícios concedidos aos condenados, distribuídos através de prisões domiciliares e outras facilidades. Multas são reduzidas e a liberdade concedida àqueles que deveriam estar trancafiados como qualquer criminoso comum. Com certeza, continuam empenhados em burlar a lei, até praticando os mesmos desvios e crimes de antes.

Advogados poderosos obtêm para seus clientes todo um conjunto de benesses que os transformam em hóspedes de luxo nos hotéis de suas próprias casas. As delações premiadas permitem muito mais do que a redução das penas, favorecendo milionários hóspedes postos à beira de suas piscinas e salas de luxo.

Falta alguém no mundo da Lava Jato, e não são apenas os criminosos pretensamente condenados. Quem permitiu essas aberrações precisa ser denunciado e responder por elas. Pertence ao universo das elites, àquele grupo social onde a lei possui dimensões elásticas.

Não se tem notícia de que o ladrão de galinhas foi beneficiado com favores iguais. Carece de relações especiais, de advogados milionários e de juízes lenientes. A desmoralização ficará próxima, caso permaneça essa prática.



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Os Donos do Caos


Imperialismo Ianque é Degenerador e
Põe o Mundo em Risco Constante

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




Até na Grécia, berço da democracia, o neonazismo ressurge

















A situação delicada em que vive a União Europeia, agravada com o plebiscito no Reino Unido, é fruto da irresponsabilidade dos governos de seus mais importantes países-membros, que apoiaram entusiasticamente os erros primários da política externa dos Estados Unidos, intensificada depois da queda do Muro de Berlim e da derrocada da União Soviética. O fato concreto é que, com o fim da guerra fria, os norte-americanos se consideraram livres da ameaça comunista e passaram a agir como donos do mundo, uma postura que jamais não poderia dar certo, mas os governantes europeus apoiaram.

A primeira intervenção norte-americana em 1990, na Guerra do Golfo, tinha justificada na invasão do Kuwait pelas forças iraquianas e teve apoio até de países árabes, como Egito, Arábia Saudita, Omã e Líbia.  Mas o que se viu depois foram atos de um imperialismo brutal, que usava argumentos politicamente falsos para atender a interesses econômicos, contando com a complacência da própria ONU e a cumplicidade de alguns dos mais importantes países europeus, como Reino Unido, França, Itália e até a Suécia.

Com essa política degenerada e arrasadora, os Estados Unidos conseguiram destruir dois países ricos em petróleo e que estavam em processo de ocidentalização, Iraque e Líbia, além de terem invadido também o Afeganistão, a pretexto de destruir o terrorismo islamita, meta que não foi alcançada, muito pelo contrário.

Depois da aventura no Afeganistão, o falacioso argumento para invadir novamente o Iraque em 2003 foi a existência de “armas de destruição em massa” (nucleares, químicas e biológicas) que jamais o governo de  Saddam Hussein conseguira construir.

A escalada era previsível. Em 22 de fevereiro de 2011, o líder líbio Muammar al-Gaddafi alertou em discurso à nação que os Estados Unidos queriam fazer na Líbia o mesmo que fizeram no Afeganistão e no Iraque. E realmente isso aconteceu menos de um mês depois, a 19 de março, quando os aviões da França lançaram as primeiras bombas e a OTAN (leia-se: os Estados Unidos) iniciou a destruição do país, a pretexto de transformá-lo numa democracia.

Na volúpia do imperialismo, os EUA e seus aliados seguiram em frente, mas mudaram de estratégia no caso da Síria. Desta vez, não invadiram. Para derrubar o presidente Bashar al-Assad, passaram a apoiar financeira e militarmente os grupos rebeldes. Se a Rússia não tivesse entrado na guerra, Assad já teria caído. Mas isso pouco importa agora, porque o país já está praticamente destruído, como aconteceu no Iraque e na Líbia.

O resultado dessa equivocada  política dos EUA foi sinistro, provocando o surgimento do barbarismo representado pelo Estado Islâmico, a invasão da Europa pelos migrantes árabes e africanos e a consequente ressurreição do nacionalismo extremado, do racismo e da Foi uma política em que não há vencedores. Com essas guerras inúteis, os Estados Unidos não ficaram mais ricos nem mais pobres. E o preço do sonho imperialista está sendo pago por seus aliados, os países europeus, agora invadidos por todo tipo de imigrantes, sem que possa haver controle.

A Europa hoje vive em transe político, econômico e social. Os britânicos foram os primeiros a abandonar a União Europeia, que pode até sobreviver como bloco comercial, porém jamais será a mesma unidade, em termos políticos e sociais.

O resultado é que as fronteiras da Europa estão se fechando, inexoravelmente, o terrorismo é uma ameaça cada vez forte e nenhum de nós estará vivo para assistir à formação de um Admirável Mundo Novo, que só pode ser almejado pelas próximas gerações, que terá de consertar os erros primários dos atuais governantes ocidentais.    


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Robotização e a maldição do trabalho

Por Fernando Figueiredo - De Niterói




A organização tradicional que conhecemos
segue os princípios de Ronald Coase


















Será possível se acabar com a maldição bíblica com a qual Deus teria criado o trabalho? (com o suor do teu rosto comerás o teu pão). O utopista inglês Thomas More foi o primeiro a falar numa sociedade onde todos os cidadãos teriam um rendimento básico para viver e o marxismo previa uma Será possível se acabar com a maldição bíblica com a qual Deus teria criado o trabalho? (com o suor do teu rosto comerás o teu pão). O utopista inglês Thomas More foi o primeiro a falar numa sociedade onde todos os cidadãos teriam um rendimento básico para viver e o marxismo previa uma sociedade onde as máquinas produziriam as riquezas, liberando parcialmente os homens do trabalho.

 A crescente robotização é mais uma ameaça de desemprego do que de diminuição de horas de trabalho e aumento do tempo dedicado ao lazer.

 Porém, a utopia ressurge com outras feições, o governo brasileiro criou uma distribuição automática de um rendimento mensal para a população em extrema pobreza, sem a contrapartida do trabalho, a Bolsa Família, embora mínima e ridícula no valor, essa pequena soma distribuída para 15 milhões de famílias incentivou a geração de renda e permitiu-lhes sair da miséria.

 A Finlândia deverá testar, no próximo ano, uma adaptação do princípio de um rendimento básico para a população das regiões mais afetadas pelo desemprego.

 Durkheim dizia que o trabalho não podia ser visto apenas pelo aspecto econômico mas como um fator de integração social. O autor afirmava que a divisão do trabalho é “condição necessária do desenvolvimento material e intelectual das sociedades. “(..) é a fonte da civilização.”

 Economistas, políticos e sociólogos devem repensar suas teorias na perspectiva de uma alternativa social pós-marxista e pós-capitalista, diante da falta de solução para o crônico e crescente problema do desemprego, sujeito a se agravar com a robotização, pela qual uma grande parte da riqueza nacional seria repartida entre o povo, sem que se possa considerar o Estado como assistencialista.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Notas e Tragédias da Corte: Despenca o Presidencialismo de Corrupção

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro





As Faces do Demônio




















A Casa Caiu


Agora, Brasília está vivendo dias alucinantes de estranha magia. Ninguém dá mais um tostão pelo mandato da presidente Dilma. Todo mundo já sabe que no dia 11 de maio o Senado vai aprovar a primeira fase do impeachment por uma diferença enorme de votos. O pais não aguenta mais o abismo em que o desastrado governo dela o lançou. Vai para casa. Mas a lei lhe dá 180 dias de vadiagem no palácio da Alvorada, proibida de assinar qualquer ato ou dar palpite no governo. Mas como mantê-la seis meses sem nada fazer? Tenho uma sugestão: ela instala uma banca de magia no Alvorada e despacha com seus fantasmas: Lula, PT.



Perenidade Nojenta

É uma eternidade a corrupção e sujeira, mostrando a que ponto o Executivo e o Legislativo chegaram, pois o esquema foi montado pelo próprio Planalto. O pior é que o Judiciário também não vale nada, as ações se eternizam, ocorre a prescrição e a impunidade, a  Lei da Ficha Limpa vale, mas não vale muito, de súbito são ressuscitados os embargos infringentes, um esquema de criminalidade desse porte ocorre sem formação de quadrilha, os processo tramitam lentamente, os tribunais julgam, mas os acórdãos ficam aguardando publicação sem serem cumpridos, e tudo isso significa que a Justiça precisa também de impeachments e vassouradas.



Magia Negra Palaciana
Agora, Brasília está vivendo dias alucinantes de estranha magia. Ninguém dá mais um tostão pelo mandato da presidente Dilma. Todo mundo já sabe que no dia 11 de maio o Senado vai aprovar a primeira fase do impeachment por uma diferença enorme de votos. O pais não aguenta mais o abismo em que o desastrado governo dela o lançou. Vai para casa. Mas a lei lhe dá 180 dias de vadiagem no palácio da Alvorada, proibida de assinar qualquer ato ou dar palpite no governo. Mas como mantê-la seis meses sem nada fazer? Tenho uma sugestão: ela instala uma banca de magia no Alvorada e despacha com seus fantasmas: Lula, PT.



A Louca

As informações foram passadas pela assessoria do Planalto, a repórter não entrevistou ninguém. Fica parecendo que é a presidente Dilma que está à frente da situação, quando a realidade é bem outra. Há quase dois meses a presidente parou de ler jornais e revistas e não assiste a telejornais. É informada através de uma pequena sinopse, escrita por assessores, que amacia as notícias para não agravar o estado de saúde dela. Ela nem sabe que vai ser investigada criminalmente pelo Supremo. A verdade é que Dilma está vivendo numa realidade à parte, num mundo do faz de conta, a ficha ainda não caiu, é uma situação deplorável, incentivada por Lula e pelos ministros e assessores palacianos.



Era amigo de Dilma...

 Eduardo Paes deve ter deixado perplexos os organizadores de mais uma página da história esportiva universal. Fatos como esse não passam rapidamente na visão e memória dos dirigentes olímpicos e dos governos das nações cujos atletas participam. Foi uma agressão desnecessária de um prefeito a uma presidente da República. Não importa quem ocupe o Planalto. Tampouco que provavelmente a partir da semana que vem a presidência esteja ocupada por Michel Temer. Os governantes passam. O prefeito também vai passar depois das eleições deste ano. Os cargos ficam. Com eles a responsabilidade ética e administrativa. Eduardo Paes errou. Mas na abertura dos jogos, a 5 de agosto, não se esquecerá de mencionar em seu inevitável discurso o nome do provável, e cada vez mais provável, presidente Michel Temer. Com o comportamento que adotou, ausentando-se de Brasília, numa passagem vinculada à história esportiva mundial, não agrediu somente a presidente da República, agrediu o próprio país. Na medida em que, por falta de educação, destacou uma contradição entre o espírito olímpico de congregação dos povos e das nações, e uma atitude socialmente inadequada e, principalmente, desrespeitosa. Inclusive para consigo mesmo. A democracia não está somente nas urnas, mas na liberdade e na ética dos governantes. Vale a máxima do Velho Pai Siqueira: "Amigo é o meu caralho que mora do lado do meu cu e não me come."


O Canalha

Lula se aproveita do precário estado de saúde mental da presidente Dilma, tornou-se um político inclemente, com coração de pedra, e demonstra que somente se importa com os próprios interesses. É revoltante o que está fazendo com a presidente Dilma Rousseff, conforme se constata em reportagem de Marina Dias e Valdo Cruz, publicada pela Folha de S. Paulo, único grande jornal ainda nitidamente governista. A importante matéria transmite a seguinte informação: “O ex-presidente Lula e dirigentes do PT estimulam que Dilma viaje pelo Brasil – e até a outros países – para denunciar o que chama de “golpe” e a “ilegitimidade” do governo de Michel Temer (PMDB)”. Lula está pouco ligando, ele somente se preocupa com seus interesses pessoais.



Tem música na matéria:

domingo, 24 de abril de 2016

Operários e protestos.

Por Fernando Figueiredo - De Niterói
Em Brasília, Mitologia e Corrupção têm um casamento improvável














O País se aproxima  de dois cenários possíveis, ambos ruins. Se Dilma for tirada do poder, manifestações ocuparão as ruas no dia seguinte. Novos pedidos de impeachment, dessa vez contra Temer, baterão às portas do Congresso Nacional. As mesmas pesquisas que atestam a repulsa quase unânime dos brasileiros por Dilma mostram também que as maiorias não querem o vice, Michel Temer, como substituto da titular.

O segundo cenário não é melhor. Se Dilma ficar, como vai ser a sua sobrevida no cargo? Lula será o “primeiro-ministro” e tomará conta do Planalto, promovendo a presidente ao posto de peça decorativa? A sociedade foi dividida por um muro, sobre o chão da Esplanada dos Ministérios, que a reparte em dois lados.

Na peça Antígona, de Sófocles, escrita há mais de dois milênios, o personagem Creonte, rei de Tebas, enuncia lições preciosas e justas, ainda que seja um usurpador despótico, como a de “jamais colocar o maior interesse do melhor amigo, do mais íntimo parente, acima da mais mesquinha necessidade do povo e da pátria” (na tradução de Millôr Fernandes).

Por acaso, domingo que vem é Primeiro de Maio. Pelo que me lembro, teria sido uma data histórica da classe operária, coisa que já não importa, naturalmente, por representar um conceito em desuso, fora de moda. Assim como o Natal dos nossos dias tem mais a ver com um passeio no shopping do que com uma oração na igreja, o Primeiro de Maio já não tem nada a ver com o que aconteceu em Chicago, em 1886.

Não que eu seja contra, vai ver que é isso mesmo, talvez não haja mais política possível fora dos domínios do imenso espetáculo de mal gosto em que se converteu o nosso mundo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Inferno Astral de Dilma e seus Pecados Mortais

*O maior pecado de Dilma foi a soberba, que a deixou isolada
Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


@arte_antonio_siqueira_politica_afins


























Dilma Rousseff (PT) chegou às portas de um inferno político que o Brasil acreditava terem sido cerradas com o impeachment de Fernando Collor de Mello em 1992. A presidente, que teve a abertura do pedido de impedimento aceita neste domingo (17) pela Câmara, costumava colecionar culpados pela debacle de seu governo. Ora ela culpava a imprensa, ora a oposição. Mais recentemente, seu alvo era o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), a quem acusava abertamente de ser golpista, já que vinha articulando a formação de um eventual governo caso Dilma fosse impedida.

Se adversários se aproveitaram de suas falhas, isso é da dinâmica da política, mas Dilma e o PT de Lula construíram aos poucos os erros que levaram à ruína política sobre a qual se debatem agora.

A tradição católica estabeleceu, quando o papa Gregório 1º organizou em 590 uma lista do monge grego Evágrio do Ponto (345-399), sete pecados capitais que levam a humanidade à danação. Santo Tomás de Aquino e o escritor Dante Alighieri popularizaram o conceito.

Acima de todos eles está a soberba, que permeia os demais. O temperamento difícil e a falta de urbanidade política de Dilma cobraram um preço alto ao fim.

Enquanto ela era a “faxineira” da corrupção e a “gerentona” no seu primeiro mandato, imagem que bem ou mal durou até a eleição de 2014, ela colecionou desafetos. Sua inapetência para a política congressual é notória. O troco veio agora.

O fator estrutural mais importante, contudo, é a ruína econômica. Dificilmente teria sido aceitado o impeachment se o país estivesse bem das pernas. Não está, muito por causa do pecado da preguiça do governo em não aceitar a realidade. Em vez de ouvir alertas, o Planalto acelerou uma política iniciada por Lula em 2010 de populismo econômico.

Erros se sucederam. A “Nova Matriz Econômica” com suas desonerações, juros artificiais e irresponsabilidade fiscal, as pedaladas que geraram o fato frio do impeachment, a política de preços do setor elétrico e a gestão ruinosa da Petrobras – mais que a corrupção, foram ordens erradas que ajudaram a quase quebrar a petroleira e sua enorme cadeia econômica.

O ano de 2015 foi perdido com a tentativa malfadada de ajuste fiscal capitaneada por Joaquim Levy. Acabou com o pagamento do “papagaio” das pedaladas, quase uma admissão de culpa. O aumento do desemprego coroou a queda final junto aos poderosos da economia.

Outros pecados são identificáveis: a gula da corrupção identificada pela Operação Lava Jato, a avareza ao se apegar a conceitos antigos em vez de tentar entender o recado das ruas nos protestos de 2013, a luxuriante propaganda eleitoral de 2014.

Por fim, o ex-aliado PMDB está em dois erros mortais. Primeiro, estabelecer uma relação de ira com Eduardo Cunha, o colérico e enrolado presidente da Câmara. Segundo, a inveja final de ver Michel Temer emergir da condição de “vice decorativo” para a de potencial herdeiro do reino petista.



sábado, 16 de abril de 2016

O Início do Fim

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro

Petista Involuem, Involuem, Involuem....
























A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam.” 
   (Nicolau Maquiavel)


É inegável que o governo da presidente Dilma Rousseff encontra-se em minoria. Porém, a diferença existente pode não se tornar capaz de assegurar seu afastamento do Planalto. E como vão se comportar as correntes contra e a favor do governo nas praças e ruas brasileiras. Podem suceder confrontos intensos e, por isso, as forças de segurança pública terão que estar preparadas para impedir os choques, observando também limites para sua própria atuação.

O objetivo essencial e impedir acontecimentos que coloquem em risco a segurança das pessoas e dos estabelecimentos comerciais e meios de transporte, como sempre alvo de exacerbações. Este é um lado da questão.

Muito mais do que as chamadas pedaladas fiscais, o abalo principal que atingiu o atual governo decorreu da gigantesca corrupção praticada na Petrobras por um triângulo de ladrões, envolvendo empreiteiras , políticos e administradores públicos. A presidente Dilma Rousseff não percebeu que as pessoas mais próximas a ela e a seu governo eram seus principais inimigos. Este o maior fator para seu desgaste. Michel Temer não tocou neste tema, alias como chamou atenção Elio Gaspari no seu artigo de quarta-feira, publicado simultaneamente no Globo e na Folha de São Paulo. A omissão do vice refletiu mal junto a todos aqueles que não apoiam Dilma, mas que apoiam intensamente os resultados da operação Lava-Jato. Diante deste quadro vamos esperar o desfecho deste domingo e seu reflexo no amanhecer de segunda-feira.



Satisfação parasitária

É uma ironia do destino. Embora esteja responde a processos no Supremo Tribunal Federal, envolvido em múltiplos crimes de corrupção e prestes a se transformar em parlamentar de ficha suja, excluído da político e condenado à prisão, quem assinará o chamado “decreto de acusação” da presidente Dilma Rousseff chama-se Eduardo Cunha, justamente o maior inimigo dela. Este ato do ainda presidente da Câmara provocará o imediato afastamento de Dilma por até 180 dias, enquanto durar o julgamento no Senado.

Com satisfação inaudita e incomensurável, Cunha vai cumprir essa obrigação funcional de decretar a acusação da chefe do Executivo, logo após a votação na Câmara dos Deputados. E o primeiro-secretário da Mesa da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), imediatamente se encaminhará ao Palácio Alvorada, residência oficial da presidente da República, para lhe entregar a “intimação” (a expressão constante na Lei 1079 é esta).

Espera-se que, ao assinar a intimação, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se contenha e não fique babando de alegria em cima do importantíssimo documento.



Guerra Civil por um Espirro

É impressionante, decepcionante e alarmante a irresponsabilidade dos petistas num momento político altamente delicado. Estão insuflando o “exército” do Stédile. A ida da presidente Dilma ao “acampamento da tropa”, na manhã do impeachment, vai acirrar os ânimos e podem ocorrer graves confrontos. Todo cuidado é pouco. Realmente, esta senhora não tem equilíbrio psicológico para conduzir a nação.

Nestes tempos em que a resistência petista teima maníaca e raivosamente em brigar com os fatos, se torna oportuno lembrar que é pela linguagem utilizada que transparece o bloqueio mental em admitir que seu projeto de poder simplesmente deu errado. Cito aqui, inspirado no conceito de novilíngua de George Orwell, apenas dez casos dos mais recorrentes e escabrosos e que justificam para mais de 70% da opinião pública o sentimento de que foi enganada.

Golpe parlamentar: expressão alardeada pelos petistas para se colocar no papel de vítima com a maior desfaçatez, quando o próprio PT pediu impeachment setenta vezes contra Sarney, Collor, Itamar e FHC;

República de Curitiba: chacota metonímica quando sabem que se trata do simples dever de atuação das instituições do MPF, da Justiça e da Polícia Federal, funcionando perfeitamente bem em Curitiba, ao contrário da República do Royal Tulip, que tem como puxadinho o Palácio da Alvorada, transformado em bunker partidário para a defesa do governo e compra de deputados;

Nova matriz econômica: retrocesso na política econômica bem sucedida de FHC, seguida no primeiro governo Lula, com revogação do tripé macroeconômico de austeridade fiscal, câmbio flutuante e controle da inflação por metas, o que resultou em intervencionismo estatal, crise de confiança, perda do grau de investimento, descontrole das contas públicas, aumento da recessão, do desemprego e da corrupção. Além da política anti-inflação equivocada que, ao invés de conter os gastos do Estado, adotou prática demagógica de controle de preços de combustíveis e energia, arruinando a Petrobras e a Eletrobras;

Bolsa Família: desvirtuamento de um programa original de combate à miséria no maior programa de compra de votos já feito no país;

Bolsa Empresário: o custo da renúncia fiscal repassada às empresas campeãs pelo BNDES soma dez vezes o montante de todo o programa do Bolsa Família;

Justiça social: ativismo judiciário de operadores esquerdistas da Justiça forçando decisões compensatórias aos chamados menos favorecidos, o que gera insegurança jurídica e tutela da cidadania;

Política de gênero: doutrinação esquerdista no ensino público para destruir valores morais da família, da vida e da liberdade inerentes à tradição humanista ocidental;

Legalidade: valor usado repetidamente e em sentido meramente formal, com a intenção não declarada de suprimir a exigência dos demais princípios complementares da moralidade e da probidade da administração púbica;

Liberdade: definida como valor clássico diante da lei, a liberdade é deturpada pelo voluntarismo histórico esquerdista, degenerando sua referência de liberdade de alteridade para de identidade, do tipo “meus direitos primeiro”;

Cidadania: definida classicamente como direitos e deveres cívicos e políticos, em face de um Estado sob o império da lei, pela falácia esquerdista passa a ser cidadania de direitos sociais ilimitados e providos por um Estado Leviatã.



Mínimas

Demorou um pouco, mas enfim começa a acontecer. Na Universidade de Coimbra, os estudantes estão exigindo que seja cassado o título de “Doutor Honoris Causa”, conferido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como argumento, eles dizem que “no Brasil, quando um pobre rouba, vai para a cadeia, mas quando um rico rouba, vira doutor”.

Eles exibem um cartaz inspirado no filme feito no Brasil sobre Lula e mudam o título para “Lula, burro que rouba vira doutor”.

Na parte inferior do cartaz, os universitários dizem que a situação é intolerável e exigem que a instituição retire o título concedido a Lula da Silva. O movimento é liderado pela Juventude Social-Democrata (JSD), que já publicou uma carta aberta ao reitor João Gabriel Silva, mas ele ainda reluta em rever a honraria concedida em 2011 ao ex-presidente brasileiro.


Hoje tem Artigo com Música...







terça-feira, 5 de abril de 2016

Antes de Dilma, já tivemos presidentes com problemas mentais

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro

Dilma, a Louca






















O silêncio da grande mídia é até compreensível, porque se trata de assunto extremamente delicado, especialmente na crise que o país atravessa. Mas omissão também é crime, não existem argumentos que possam se contrapor a fatos concretos.

Se a presidente da República está mesmo sendo medicada com Rivotril e Olanzapina, a questão passa a ser muito séria, indicando que Dilma Rousseff não tem mais condições de permanecer na chefia do governo, porque é absolutamente necessário que se submeta a tratamento adequado, que a livre do estresse e das pressões que tem sofrido, para que então possa ter alguma chance de recuperação.

Não é a primeira que o Brasil enfrenta o problema de ter um presidente com distúrbios mentais. O caso mais grave ocorreu com Delfim Moreira. Eleito vice-presidente, teve de assumir o lugar de Rodrigues Alves, que foi como Tancredo Neves e nem chegou a tomar posse para seu segundo mandato, porque morreu antes, na epidemia de gripe espanhola que devastou o planeta durante a I Guerra Mundial.

Ao contrário de Dilma, que está há mais de cinco anos no poder, Delfim Moreira assumiu em 15 de novembro de 1918, mas não praticamente governou, porque teve de imediatamente convocar nova eleição. Na época, a Constituição determinava que o vice só assumiria definitivamente se o presidente morresse depois de decorridos dois anos de sua posse, ou seja, a metade do mandato.

Acontece que Delfim Moreira estava com graves problemas mentais, que o deixavam totalmente desconcentrado e desligado de suas tarefas. Na prática, quem tomava as decisões era o ministro da Viação, Afrânio de Mello Franco, pai de Afonso Arinos, que décadas depois viria a ser deputado e senador, também com grande destaque na política.

O curto mandato do presidente Delfim Moreira, que se encerrou a 28 de julho de 1919, foi um período turbulento, assinalado por  grande número de greves. Quem resolvia tudo era Mello Franco, que passou a ser apelidado de “primeiro-ministro” no breve período chamado por historiadores de “Regência Republicana”. Em obediência à Constituição, foi convocada uma nova eleição para presidente, vencida por Epitácio Pessoa.

Depois disso, aparentemente não houve mais problemas mentais na Presidência da República, até a gestão de Jânio Quadros, que assumiu em 31 de janeiro de 1961. O surpreendente político paulista, empunhando uma prosaica vassoura, subiu de vereador a presidente em velocidade meteórica, mas realmente era meio desequilibrado das ideias.

Ao contrário de Dilma, sabia se comunicar e falava um português exemplar. Em compensação, tomava uísque em doses industriais, governava através de bilhetinhos aos ministros. Dois meses depois de assumir, inventou uma nova moda, o “slack” (calça e jaleco do mesmo padrão, como um uniforme). Para abolir o terno e a gravata, baixou um decreto obrigando os funcionários públicos a se vestirem como ele. Não satisfeito, depois mandou proibir o maiô biquíni, a lança-perfume e a briga de galos. Não ficou nem seis meses no poder.

Jânio adorava Fidel Castro, tinha até condecorado Che Guevara, e se deu mal quando tentou imitar o líder da revolução cubana, que renunciou e foi carregado de volta ao poder, nos braços do povo de Havana. Sonhar não é proibido, mas pode virar pesadelo, e Jânio se deu mal com a renúncia.

Fernando Collor de Mello era um Jânio sem vassoura, fantasiado de caçador de marajás, tinha tudo para dar certo, mas também era destrambelhado das ideias, adorava inventar frases para exibir em camisetas, fazia sessões de bruxarias e infelizmente não via um palmo à frente do nariz. O presidente da República era tão moderno que tinha um arrecadador oficial de propinas chamado PC Farias, assassinado de uma forma muito estranha. Por tudo isso, Collor também não deu certo.


A Mulher Sapiens

Sandices ditas em cadeia nacional
Agora temos a Presidência comandada por uma mulher sapiens, que vê um cachorro atrás de cada criança, louva a mandioca como uma criação nacional, acha que o aeroporto é uma forma de transporte, diz que a Olimpíada vai deixar um legado antes, durante e depois, afirma que o governo não precisa ter uma meta, mas quando atingi-la, vai querer dobrá-la, sugere às Nações Unidas que a entidade encontre uma maneira de estocar o vento – é um 'nunca-acabar' de sandices, mas ninguém desconfia que alguma coisa esteja errada.

Ninguém se surpreende, mesmo que a presidente esteja tendo frequentes surtos dentro do Palácio do Planalto, e nas viagens costume insultar os pilotos do Airbus presidencial, ordenando que evitem as turbulências, vejam a que ponto chegamos. E tudo continua normal, apesar de a presidente estar sob rigoroso tratamento, tomando remédio para esquizofrenia e graves distúrbios psiquiátricos, ninguém toma uma atitude.

A conclusão é uma só – não somente tem algo errado na Presidência da República, como também acontecem coisas estranhas na imprensa brasileira, a não ser que os jornalistas também estejam esperando cumprir a meta de esconder a verdade, para depois se preocupar em dobrar a meta, se é que vocês me entendem, num país em que ninguém consegue se entender.





Loucuras Dilmicas

sábado, 26 de março de 2016

A cabeça da medusa

Por Fernando Figueiredo - De Niterói

@arte_politica_&_Afins


Todos nós trazemos pesos enormes na consciência, esse peso, o da consciência, vem das suspeitas de uma pessoa sobre si mesma. a de ter traído as tradições que carregamos nos ombros, como pedras que formam uma catedral. E por que falo sobre peso? Para poder falar sobre a leveza.
Segundo Milan kundera, autor do romance “A insustentável leveza do ser”, o estado natural do ser não é sua matéria, mas seu oposto: sua leveza. E é apenas pelas obrigações que seus personagens se mantém no chão.
Por isso, a leveza é uma proposta para pensarmos o Brasil de hoje, porque a leveza tem pacto com a paz, este é o único caminho para sairmos da situação em que nos encontramos. Mal sabemos que caminho é este, mas já sabemos que, sem a paz, somos um país bomba, prestes a explodir.
Isso não é pessimismo, é apenas um diagnóstico. A questão é que não sei bem que leveza é essa, mas penso em todas as coisas que fiz, ou deixei de fazer, movido pela culpa e pelo peso na consciência. E cá estamos nós, de volta ao mesmo problema.

@arte_politica_&_afins




Peço licença para invocar as palavras de Calvino sobre a Leveza, em suas seis propostas para o próximo milênio, em entrevista ele disse: "Quero dizer [com esse conceito] que preciso mudar de ponto de observação, que preciso considerar o mundo sob uma outra ótica". E diz ainda: "Para decepar a cabeça da Medusa sem se deixar petrificar, Perseu se sustenta sobre o que há de mais leve, as nuvens e o vento".


Fernando Figueiredo é jornalista, articulista, contista, cronista e também escreve sobre cinema no 
Arte Vital Blog