domingo, 24 de janeiro de 2016

Lula e sua "invertebrada" assessoria

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro
Promotor diz ter provas de que o tríplex é mesmo de Lula e assessoria do ex presidente se porta como retardados mentais sem recursos psicológicos para controlar a crise.





O inocente
Muitos homens públicos têm determinados assessores que são piores do que inimigos. Vejam o caso de ex-presidente Lula da Silva, que está sendo cercado e acossado pelos integrantes da força-tarefa da Lava Jato. Embora Lula tenha dito que não existe ninguém mais honesto do que ele, a realidade que hoje cerca o fundador do PT é tenebrosa. Ao invés de medir as palavras e reduzir a intensidade da denúncia, os assessores do Instituto Lula que alimentam a página oficial do ex-presidente no Facebook decidiram postar uma resposta de tom irônico à capa desta semana da Veja.

Sob o título: “A Hora da Verdade”, a revista informa que o Ministério Público de São Paulo decidiu denunciar o ex-presidente por ocultação de propriedade, depois de ter confirmado de que ele é dono de um tríplex reformado e mobiliado pela OAS, uma das empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

Como resposta à Veja, no início da tarde de domingo foi postada no Facebook de Lula uma mensagem ironizando a revista. A postagem cita eventos ocorridos em 1979, como o lançamento do novo disco de Raul Seixas e o acordo diplomático entre Estados Unidos e China, e lembra que, naquele mesmo ano, Veja deu uma capa sobre a “queda de Lula”. O título foi “Greve, impasse e a queda de Lula – Confronto no ABC.”

Na imagem com a capa daquela época exibida na página do ex-presidente, surge a mensagem assinada pela Equipe Lula: “37 anos esperando… pela queda de Lula”.

Acontece que a denúncia contra Lula, feita pelo promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, conforme descrita pela Veja, tem absoluta procedência e os quatro advogados contratados pelo ex-presidente vão ter de se virar para defendê-lo. Durante anos a imprensa noticiou que pertencia à d. Marisa Letícia o apartamento tríplex no Guarujá, que ela havia comprado pela inacreditável quantia de R$ 47 mil, em função da generosidade do tesoureiro do PT, João Vacari Neto.

Antes de ser ocupado, o belíssimo apartamento foi refeito gratuitamente pela empreiteira OAS, a mais ligada ao PT, que gastou mais de R$ 700 mil na obra e instalou até um elevador privativo. De repente, a família Lula veio a público declarar que não era dona do apartamento e ia devolvê-lo à OAS, mediante o reembolso dos módicos R$ 47 mil, vejam a que ponto chega a desfaçatez desta gente.

É claro que Ministério Público não pode aceitar essa maracutaia, já recolheu as provas necessárias e vai denunciar Lula (e certamente a mulher dele, d. Marisa, que se dizia dona do apartamento) pelo crime de ocultação de patrimônio, que é sinônimo de lavagem de dinheiro.

Com esse tipo de assessores, o ex-presidente nem precisa de inimigos. O momento é grave. Os assessores não deviam chamar atenção para a explosiva matéria da Veja. Quem ainda não tinha lido, logo se interessou. Algumas horas depois, a assessoria de Lula voltou à carga e divulgou nota alegando que o imóvel está declarado por Lula no Imposto de renda e dizendo pela enésima vez que o presidente vai processar a Veja…

O mais importante é que não somente Lula está prestes a ser denunciado à Justiça, como tem um filho na mesma situação. O jovem Luís Cláudio Lula da Silva recebeu R$ 2,5 milhões de um lobista, sob a falsa justificativa de preparar projetos de marketing esportivo. Por preguiça ou incompetência, não elaborou nenhum projeto. Depois de investigado e interrogado pela Operação Zelotes, copiou alguns textos da Wikipédia e apresentou à Justiça como prova de que realizara os trabalhos oferecidos ao lobista, parece brincadeira, mas é verdade, o rapaz portou-se como um idiota completo.

Portanto, logo sairão as denúncias de Lula e de seu filho, mostrando que se trata de uma família unida. É só uma questão de tempo.


sábado, 2 de janeiro de 2016

Vaticano Abre Processo de Beatificação de Dom Helder Câmara

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


"Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista."
(Dom Helder Câmara)


dom helder nunca foi comunista






















A ausência de brasileiros na lista de vencedores do Prêmio Nobel costuma ser apontada como um dos sintomas do nosso atraso. Muitos governos colaboraram para isso ao deixar de investir em pesquisa e educação pública. Outros preferiram sabotar diretamente os candidatos daqui. Foi o que aconteceu com dom Helder Câmara, indicado ao Nobel da Paz nos anos 70, durante a ditadura militar.

Na semana passada, um relatório divulgado pela Comissão da Verdade de Pernambuco mostrou como o regime se mobilizou para impedir que o bispo fosse premiado. Os generais não perdoavam sua luta pelos direitos humanos, contra a tortura e a favor dos mais pobres.

A comissão localizou documentos secretos do Itamaraty sobre a campanha contra dom Helder no exterior. Telegrama de 1971 do embaixador Jayme de Souza Gomes, representante do Brasil em Oslo, comprova a existência de um “programa de ação contra a candidatura do arcebispo de Recife e Olinda”. Uma das táticas da ditadura foi ameaçar empresários escandinavos, avisando que a premiação de dom Helder poderia “por em risco os capitais estrangeiros” no país.

No front doméstico, a perseguição era mais bruta. Em 1969, a repressão torturou e matou o padre Antonio Henrique Pereira Neto, auxiliar próximo do bispo. A imprensa foi proibida de noticiar o crime, que comoveu milhares de fiéis. A censura impedia publicações sobre dom Helder, a não ser para criticá-lo. O escritor Nelson Rodrigues, defensor do regime, costumava chamá-lo de “ex-católico” e “arcebispo vermelho”. “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista”, reclamava o sacerdote.

Há oito meses, o Vaticano autorizou a abertura do processo de beatificação e canonização de dom Helder. O bispo não ganhou o Nobel, mas pode virar santo.