domingo, 24 de abril de 2016

Operários e protestos.

Por Fernando Figueiredo - De Niterói
Em Brasília, Mitologia e Corrupção têm um casamento improvável














O País se aproxima  de dois cenários possíveis, ambos ruins. Se Dilma for tirada do poder, manifestações ocuparão as ruas no dia seguinte. Novos pedidos de impeachment, dessa vez contra Temer, baterão às portas do Congresso Nacional. As mesmas pesquisas que atestam a repulsa quase unânime dos brasileiros por Dilma mostram também que as maiorias não querem o vice, Michel Temer, como substituto da titular.

O segundo cenário não é melhor. Se Dilma ficar, como vai ser a sua sobrevida no cargo? Lula será o “primeiro-ministro” e tomará conta do Planalto, promovendo a presidente ao posto de peça decorativa? A sociedade foi dividida por um muro, sobre o chão da Esplanada dos Ministérios, que a reparte em dois lados.

Na peça Antígona, de Sófocles, escrita há mais de dois milênios, o personagem Creonte, rei de Tebas, enuncia lições preciosas e justas, ainda que seja um usurpador despótico, como a de “jamais colocar o maior interesse do melhor amigo, do mais íntimo parente, acima da mais mesquinha necessidade do povo e da pátria” (na tradução de Millôr Fernandes).

Por acaso, domingo que vem é Primeiro de Maio. Pelo que me lembro, teria sido uma data histórica da classe operária, coisa que já não importa, naturalmente, por representar um conceito em desuso, fora de moda. Assim como o Natal dos nossos dias tem mais a ver com um passeio no shopping do que com uma oração na igreja, o Primeiro de Maio já não tem nada a ver com o que aconteceu em Chicago, em 1886.

Não que eu seja contra, vai ver que é isso mesmo, talvez não haja mais política possível fora dos domínios do imenso espetáculo de mal gosto em que se converteu o nosso mundo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Inferno Astral de Dilma e seus Pecados Mortais

*O maior pecado de Dilma foi a soberba, que a deixou isolada
Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


@arte_antonio_siqueira_politica_afins


























Dilma Rousseff (PT) chegou às portas de um inferno político que o Brasil acreditava terem sido cerradas com o impeachment de Fernando Collor de Mello em 1992. A presidente, que teve a abertura do pedido de impedimento aceita neste domingo (17) pela Câmara, costumava colecionar culpados pela debacle de seu governo. Ora ela culpava a imprensa, ora a oposição. Mais recentemente, seu alvo era o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), a quem acusava abertamente de ser golpista, já que vinha articulando a formação de um eventual governo caso Dilma fosse impedida.

Se adversários se aproveitaram de suas falhas, isso é da dinâmica da política, mas Dilma e o PT de Lula construíram aos poucos os erros que levaram à ruína política sobre a qual se debatem agora.

A tradição católica estabeleceu, quando o papa Gregório 1º organizou em 590 uma lista do monge grego Evágrio do Ponto (345-399), sete pecados capitais que levam a humanidade à danação. Santo Tomás de Aquino e o escritor Dante Alighieri popularizaram o conceito.

Acima de todos eles está a soberba, que permeia os demais. O temperamento difícil e a falta de urbanidade política de Dilma cobraram um preço alto ao fim.

Enquanto ela era a “faxineira” da corrupção e a “gerentona” no seu primeiro mandato, imagem que bem ou mal durou até a eleição de 2014, ela colecionou desafetos. Sua inapetência para a política congressual é notória. O troco veio agora.

O fator estrutural mais importante, contudo, é a ruína econômica. Dificilmente teria sido aceitado o impeachment se o país estivesse bem das pernas. Não está, muito por causa do pecado da preguiça do governo em não aceitar a realidade. Em vez de ouvir alertas, o Planalto acelerou uma política iniciada por Lula em 2010 de populismo econômico.

Erros se sucederam. A “Nova Matriz Econômica” com suas desonerações, juros artificiais e irresponsabilidade fiscal, as pedaladas que geraram o fato frio do impeachment, a política de preços do setor elétrico e a gestão ruinosa da Petrobras – mais que a corrupção, foram ordens erradas que ajudaram a quase quebrar a petroleira e sua enorme cadeia econômica.

O ano de 2015 foi perdido com a tentativa malfadada de ajuste fiscal capitaneada por Joaquim Levy. Acabou com o pagamento do “papagaio” das pedaladas, quase uma admissão de culpa. O aumento do desemprego coroou a queda final junto aos poderosos da economia.

Outros pecados são identificáveis: a gula da corrupção identificada pela Operação Lava Jato, a avareza ao se apegar a conceitos antigos em vez de tentar entender o recado das ruas nos protestos de 2013, a luxuriante propaganda eleitoral de 2014.

Por fim, o ex-aliado PMDB está em dois erros mortais. Primeiro, estabelecer uma relação de ira com Eduardo Cunha, o colérico e enrolado presidente da Câmara. Segundo, a inveja final de ver Michel Temer emergir da condição de “vice decorativo” para a de potencial herdeiro do reino petista.



sábado, 16 de abril de 2016

O Início do Fim

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro

Petista Involuem, Involuem, Involuem....
























A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam.” 
   (Nicolau Maquiavel)


É inegável que o governo da presidente Dilma Rousseff encontra-se em minoria. Porém, a diferença existente pode não se tornar capaz de assegurar seu afastamento do Planalto. E como vão se comportar as correntes contra e a favor do governo nas praças e ruas brasileiras. Podem suceder confrontos intensos e, por isso, as forças de segurança pública terão que estar preparadas para impedir os choques, observando também limites para sua própria atuação.

O objetivo essencial e impedir acontecimentos que coloquem em risco a segurança das pessoas e dos estabelecimentos comerciais e meios de transporte, como sempre alvo de exacerbações. Este é um lado da questão.

Muito mais do que as chamadas pedaladas fiscais, o abalo principal que atingiu o atual governo decorreu da gigantesca corrupção praticada na Petrobras por um triângulo de ladrões, envolvendo empreiteiras , políticos e administradores públicos. A presidente Dilma Rousseff não percebeu que as pessoas mais próximas a ela e a seu governo eram seus principais inimigos. Este o maior fator para seu desgaste. Michel Temer não tocou neste tema, alias como chamou atenção Elio Gaspari no seu artigo de quarta-feira, publicado simultaneamente no Globo e na Folha de São Paulo. A omissão do vice refletiu mal junto a todos aqueles que não apoiam Dilma, mas que apoiam intensamente os resultados da operação Lava-Jato. Diante deste quadro vamos esperar o desfecho deste domingo e seu reflexo no amanhecer de segunda-feira.



Satisfação parasitária

É uma ironia do destino. Embora esteja responde a processos no Supremo Tribunal Federal, envolvido em múltiplos crimes de corrupção e prestes a se transformar em parlamentar de ficha suja, excluído da político e condenado à prisão, quem assinará o chamado “decreto de acusação” da presidente Dilma Rousseff chama-se Eduardo Cunha, justamente o maior inimigo dela. Este ato do ainda presidente da Câmara provocará o imediato afastamento de Dilma por até 180 dias, enquanto durar o julgamento no Senado.

Com satisfação inaudita e incomensurável, Cunha vai cumprir essa obrigação funcional de decretar a acusação da chefe do Executivo, logo após a votação na Câmara dos Deputados. E o primeiro-secretário da Mesa da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), imediatamente se encaminhará ao Palácio Alvorada, residência oficial da presidente da República, para lhe entregar a “intimação” (a expressão constante na Lei 1079 é esta).

Espera-se que, ao assinar a intimação, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se contenha e não fique babando de alegria em cima do importantíssimo documento.



Guerra Civil por um Espirro

É impressionante, decepcionante e alarmante a irresponsabilidade dos petistas num momento político altamente delicado. Estão insuflando o “exército” do Stédile. A ida da presidente Dilma ao “acampamento da tropa”, na manhã do impeachment, vai acirrar os ânimos e podem ocorrer graves confrontos. Todo cuidado é pouco. Realmente, esta senhora não tem equilíbrio psicológico para conduzir a nação.

Nestes tempos em que a resistência petista teima maníaca e raivosamente em brigar com os fatos, se torna oportuno lembrar que é pela linguagem utilizada que transparece o bloqueio mental em admitir que seu projeto de poder simplesmente deu errado. Cito aqui, inspirado no conceito de novilíngua de George Orwell, apenas dez casos dos mais recorrentes e escabrosos e que justificam para mais de 70% da opinião pública o sentimento de que foi enganada.

Golpe parlamentar: expressão alardeada pelos petistas para se colocar no papel de vítima com a maior desfaçatez, quando o próprio PT pediu impeachment setenta vezes contra Sarney, Collor, Itamar e FHC;

República de Curitiba: chacota metonímica quando sabem que se trata do simples dever de atuação das instituições do MPF, da Justiça e da Polícia Federal, funcionando perfeitamente bem em Curitiba, ao contrário da República do Royal Tulip, que tem como puxadinho o Palácio da Alvorada, transformado em bunker partidário para a defesa do governo e compra de deputados;

Nova matriz econômica: retrocesso na política econômica bem sucedida de FHC, seguida no primeiro governo Lula, com revogação do tripé macroeconômico de austeridade fiscal, câmbio flutuante e controle da inflação por metas, o que resultou em intervencionismo estatal, crise de confiança, perda do grau de investimento, descontrole das contas públicas, aumento da recessão, do desemprego e da corrupção. Além da política anti-inflação equivocada que, ao invés de conter os gastos do Estado, adotou prática demagógica de controle de preços de combustíveis e energia, arruinando a Petrobras e a Eletrobras;

Bolsa Família: desvirtuamento de um programa original de combate à miséria no maior programa de compra de votos já feito no país;

Bolsa Empresário: o custo da renúncia fiscal repassada às empresas campeãs pelo BNDES soma dez vezes o montante de todo o programa do Bolsa Família;

Justiça social: ativismo judiciário de operadores esquerdistas da Justiça forçando decisões compensatórias aos chamados menos favorecidos, o que gera insegurança jurídica e tutela da cidadania;

Política de gênero: doutrinação esquerdista no ensino público para destruir valores morais da família, da vida e da liberdade inerentes à tradição humanista ocidental;

Legalidade: valor usado repetidamente e em sentido meramente formal, com a intenção não declarada de suprimir a exigência dos demais princípios complementares da moralidade e da probidade da administração púbica;

Liberdade: definida como valor clássico diante da lei, a liberdade é deturpada pelo voluntarismo histórico esquerdista, degenerando sua referência de liberdade de alteridade para de identidade, do tipo “meus direitos primeiro”;

Cidadania: definida classicamente como direitos e deveres cívicos e políticos, em face de um Estado sob o império da lei, pela falácia esquerdista passa a ser cidadania de direitos sociais ilimitados e providos por um Estado Leviatã.



Mínimas

Demorou um pouco, mas enfim começa a acontecer. Na Universidade de Coimbra, os estudantes estão exigindo que seja cassado o título de “Doutor Honoris Causa”, conferido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como argumento, eles dizem que “no Brasil, quando um pobre rouba, vai para a cadeia, mas quando um rico rouba, vira doutor”.

Eles exibem um cartaz inspirado no filme feito no Brasil sobre Lula e mudam o título para “Lula, burro que rouba vira doutor”.

Na parte inferior do cartaz, os universitários dizem que a situação é intolerável e exigem que a instituição retire o título concedido a Lula da Silva. O movimento é liderado pela Juventude Social-Democrata (JSD), que já publicou uma carta aberta ao reitor João Gabriel Silva, mas ele ainda reluta em rever a honraria concedida em 2011 ao ex-presidente brasileiro.


Hoje tem Artigo com Música...







terça-feira, 5 de abril de 2016

Antes de Dilma, já tivemos presidentes com problemas mentais

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro

Dilma, a Louca






















O silêncio da grande mídia é até compreensível, porque se trata de assunto extremamente delicado, especialmente na crise que o país atravessa. Mas omissão também é crime, não existem argumentos que possam se contrapor a fatos concretos.

Se a presidente da República está mesmo sendo medicada com Rivotril e Olanzapina, a questão passa a ser muito séria, indicando que Dilma Rousseff não tem mais condições de permanecer na chefia do governo, porque é absolutamente necessário que se submeta a tratamento adequado, que a livre do estresse e das pressões que tem sofrido, para que então possa ter alguma chance de recuperação.

Não é a primeira que o Brasil enfrenta o problema de ter um presidente com distúrbios mentais. O caso mais grave ocorreu com Delfim Moreira. Eleito vice-presidente, teve de assumir o lugar de Rodrigues Alves, que foi como Tancredo Neves e nem chegou a tomar posse para seu segundo mandato, porque morreu antes, na epidemia de gripe espanhola que devastou o planeta durante a I Guerra Mundial.

Ao contrário de Dilma, que está há mais de cinco anos no poder, Delfim Moreira assumiu em 15 de novembro de 1918, mas não praticamente governou, porque teve de imediatamente convocar nova eleição. Na época, a Constituição determinava que o vice só assumiria definitivamente se o presidente morresse depois de decorridos dois anos de sua posse, ou seja, a metade do mandato.

Acontece que Delfim Moreira estava com graves problemas mentais, que o deixavam totalmente desconcentrado e desligado de suas tarefas. Na prática, quem tomava as decisões era o ministro da Viação, Afrânio de Mello Franco, pai de Afonso Arinos, que décadas depois viria a ser deputado e senador, também com grande destaque na política.

O curto mandato do presidente Delfim Moreira, que se encerrou a 28 de julho de 1919, foi um período turbulento, assinalado por  grande número de greves. Quem resolvia tudo era Mello Franco, que passou a ser apelidado de “primeiro-ministro” no breve período chamado por historiadores de “Regência Republicana”. Em obediência à Constituição, foi convocada uma nova eleição para presidente, vencida por Epitácio Pessoa.

Depois disso, aparentemente não houve mais problemas mentais na Presidência da República, até a gestão de Jânio Quadros, que assumiu em 31 de janeiro de 1961. O surpreendente político paulista, empunhando uma prosaica vassoura, subiu de vereador a presidente em velocidade meteórica, mas realmente era meio desequilibrado das ideias.

Ao contrário de Dilma, sabia se comunicar e falava um português exemplar. Em compensação, tomava uísque em doses industriais, governava através de bilhetinhos aos ministros. Dois meses depois de assumir, inventou uma nova moda, o “slack” (calça e jaleco do mesmo padrão, como um uniforme). Para abolir o terno e a gravata, baixou um decreto obrigando os funcionários públicos a se vestirem como ele. Não satisfeito, depois mandou proibir o maiô biquíni, a lança-perfume e a briga de galos. Não ficou nem seis meses no poder.

Jânio adorava Fidel Castro, tinha até condecorado Che Guevara, e se deu mal quando tentou imitar o líder da revolução cubana, que renunciou e foi carregado de volta ao poder, nos braços do povo de Havana. Sonhar não é proibido, mas pode virar pesadelo, e Jânio se deu mal com a renúncia.

Fernando Collor de Mello era um Jânio sem vassoura, fantasiado de caçador de marajás, tinha tudo para dar certo, mas também era destrambelhado das ideias, adorava inventar frases para exibir em camisetas, fazia sessões de bruxarias e infelizmente não via um palmo à frente do nariz. O presidente da República era tão moderno que tinha um arrecadador oficial de propinas chamado PC Farias, assassinado de uma forma muito estranha. Por tudo isso, Collor também não deu certo.


A Mulher Sapiens

Sandices ditas em cadeia nacional
Agora temos a Presidência comandada por uma mulher sapiens, que vê um cachorro atrás de cada criança, louva a mandioca como uma criação nacional, acha que o aeroporto é uma forma de transporte, diz que a Olimpíada vai deixar um legado antes, durante e depois, afirma que o governo não precisa ter uma meta, mas quando atingi-la, vai querer dobrá-la, sugere às Nações Unidas que a entidade encontre uma maneira de estocar o vento – é um 'nunca-acabar' de sandices, mas ninguém desconfia que alguma coisa esteja errada.

Ninguém se surpreende, mesmo que a presidente esteja tendo frequentes surtos dentro do Palácio do Planalto, e nas viagens costume insultar os pilotos do Airbus presidencial, ordenando que evitem as turbulências, vejam a que ponto chegamos. E tudo continua normal, apesar de a presidente estar sob rigoroso tratamento, tomando remédio para esquizofrenia e graves distúrbios psiquiátricos, ninguém toma uma atitude.

A conclusão é uma só – não somente tem algo errado na Presidência da República, como também acontecem coisas estranhas na imprensa brasileira, a não ser que os jornalistas também estejam esperando cumprir a meta de esconder a verdade, para depois se preocupar em dobrar a meta, se é que vocês me entendem, num país em que ninguém consegue se entender.





Loucuras Dilmicas