sexta-feira, 29 de julho de 2016

Bom humor Vs Mau humor.


Uma Crônica de Ricado Le Duque - Do Rio de Janeiro

O mal humor é uma doença contagiosa que mata por
dentro quem a tem e quem convive com o mau humorado.



























Nosso povo brasileiro é mesmo muito interessante. Tem uma espécie de bipolaridade acentuadíssima. Quando o assunto é política já tivemos a oportunidade de ver o show dos ódios versus amores, ambos cegos.

Vimos também essa natureza nos grandes eventos dos jogos Panamericanos, Copa do Mundo e, agora, a Olimpíada.

Oscilamos entre a diversão com os nossos patéticos momentos e uma espécie de falcete de consciência política que vê absolutamente tudo como se fosse uma conspiração do capitalismo opressor contra uma outra espécie de falcete, a de um povo bom e merecedor de toda a benevolência humana.

Tenho uma sobrinha muito inteligente que me apresentou uma pérola do simbolismo. Disse, certa vez em um post, que "O exagero é a matéria prima da piada".

Assim percebo uma coisa interessante que é o duplo feitiço causado pelos discursos ultra mega super politizados que algumas pessoas tentam enfiar na marra em absolutamente tudo. O resultado é lógico: aquilo acaba virando piada. Uma coisa alimenta a outra.

Nunca tive apelido que "colasse" porque eu estragava sempre aquela tentativa do que hoje chamam de bullying justamente porque eu era o primeiro a achar a maior graça. Sem me dar conta desse antídoto, contra a malícia, lá estava eu estragando a piada do malvadinho. Assim... meu algoz logo ficava com um sorriso amarelo até perder toda a graça para o meu auto bullying.

Portanto aprendi cedo a rir de mim, dos meus e de tudo aquilo que me oferece a idéia de pertencimento. Sejam as piadas contra meu flamengo, contra o meu cristianismo, o meu ministério pedagógico, à música, minha família às minhas opções políticas e nacionais. Não há piada que não me faça rir. Seja ela em si por ser boa ou pela patetice do mau gosto de quem a conta.
Então... evite o humor, o bom ou o mau, quando quiser algo a sério comigo. Ah fala sério!














Ricardo Le Duque é professor de história, professor de música, tocador e pensador muito bem casado, muito bem humorado e amigo deste blog







Confira:






quarta-feira, 27 de julho de 2016

O picadeiro de um patife

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro



As idiotices de Eduardo Paes fazem sucesso nas redes sociais



























Alguém precisa segurar o Eduardo Paes. Camisa de força, algemas, mordaça, óleo de rícino, sei lá. O homem está impossível, já saiu do terreno político e virou poule de dez para mascote do Pinel. Trata-se de patologia inacessível a nós, não iniciados, mas certamente diagnosticável pelos especialistas.

O que aconteceu nesses dias com a delegação australiana para as Olimpíadas é, como dizem os moderninhos, um case. Os caras atravessam um oceano, encaram Aedes, calamidade pública, segurança terrível, e não conseguem ocupar seus alojamentos. Reclamaram, com razão, de vazamentos, cheiro de gás, sujeira, fiação à mostra, típicos de obras inacabadas. A chefe da delegação, veterana de cinco Olimpíadas, falou grosso, horrorizada com o estado das instalações. O prefeito, versão cada vez mais caricata do Cândido voltaireano, se saiu com uma piadinha canalha. “A gente vai botar um canguru na frente do prédio para eles se sentirem em casa”. Sem ter a decência de botar a viola no saco, reconhecer o absurdo da situação e desculpar-se pelo ocorrido, apelou para o estereótipo. Pois vamos seguir nessa linha.

Suponhamos que os jogos fossem em Sidney e a delegação brasileira reclamasse de instalações precárias. O que diríamos se o prefeito australiano convocasse a imprensa e dissesse que colocaria um corpo de pessoa abatida por bala perdida na frente do prédio, para que os brasileiros se sentissem em casa? Ou uma passista pelada? Político corrupto ou doleiro/marqueteiro dos bacanas também serviria. Garanto que os patrioteiros convocariam marchas cívicas, os mais exaltados pediriam a suspensão de relações diplomáticas com os cangurus, digo, com os coalas. Perdão, com os australianos. É nesse terreno que Arrelia Paes resolveu trafegar.

PERGUNTA-SE – Faltando pouco para os ufanistas receberem a chave simbólica do Rio, é preciso perguntar. Você se mudaria para um prédio que não fosse vistoriado, sem receber o habite-se? Quem vistoriou os prédios da Vila Olímpica e os liberou para moradia (mesmo que temporária)? Quem é responsável pela cagada, digo, pelo “erro involuntário”?

O prefeito dirá, a exemplo do caso da ciclovia assassina, que não é fiscal, não tem a expertise necessária para analisar a qualidade das construções. Então tá, Piolin Paes, ninguém tem culpa, problemas acontecem. A questão é que todos nós pagamos a conta. Alguns, além da carteira, perdem a vida.

Achou engraçadinho o que disse o prefeito ? Pois então pense no que escreveu Apparício Torelly, o grande Barão de Itararé: “Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você”.

O prefeito babaca está, no momento em que finalizo este artigo, concedendo entrevista ao apresentador Jô Soares na Rede Globo de televisão.

domingo, 10 de julho de 2016

Entenda como o PT "Descobriu o Brasil"

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro






Esboço Único























Nos primeiros anos do governo Lula, brincava-se com o que se compreendia como uma presunção petista. Comentava-se – “O PT pensa que descobriu o Brasil”. Sob o novo governo, tudo era como “nunca antes na história deste país” e a própria narrativa histórica era refeita para se adequar a tais premissas. O petismo gerava grandes “novidades”! Descobrira a escravidão negreira e reacendia tensões raciais. Captara a existência de desigualdades sociais e manejava para produzir antagonismos a partir delas. Percebera desníveis de renda entre o Norte e o Sul do país e extraía daí as bases para o coronelismo de Estado lá onde, ainda hoje, alojam-se seus principais redutos. E assim por diante. Na alvorada do século XXI, o PT era o novo Cabral chegando com a modernidade aos botocudos brasileiros.

Tudo ficaria na base do transitório e jocoso, não fosse o fato de que o partido governante levava tudo aquilo muito a sério e tinha um projeto de poder que não admitia interrupção. Não que o projeto político para o país fosse uma preciosidade em si mesmo, mas porque o poder era por demais precioso ao partido.

José Dirceu, em um evento, afirmou em 2009, textualmente: “Se o projeto político é o principal, o principal é cuidar do PT”. E o Brasil? Ora, o Brasil! O Brasil, àquelas alturas, já era tratado como uma colônia pela corte petista instalada em Brasília.


Colonialismo

A atitude colonialista se expressa em diversos aspectos do cotidiano nacional. Há um colonialismo com reflexos na produção cultural e na cultura, pois uma mão lava a outra no acesso aos benefícios e estímulos financeiros proporcionados pela corte. A invasão do politicamente correto produziu efeito deletério na indiada que antes vivia numa sociedade livre, impondo autocensura à liberdade de expressão.

O sistema público de ensino foi domesticado para só ministrar o que a corte de Brasília deseja ver ensinado através de seus trabalhadores em Educação. Em nenhuma hipótese tais conteúdos podem divergir da orientação imposta pelo colonialismo petista. Não convém à corte que seus súditos tenham armas para defesa pessoal. Por isso, inúmeras e onerosas dificuldades lhes são impostas para tal posse.

No mesmo sentido, o colonialismo, de modo crescente, reduziu a autonomia dos entes federados – estados e municípios – em favor da centralização e consolidação de seu projeto de poder. Vai-se a Federação para o brejo.



Monopólio Bipartidário

A exemplo do velho colonialismo europeu, a corte transformou em monopólio partidário a parcela mais rentável dos negócios de Estado, e neles atua, simultaneamente, como contratante e intermediária. Por óbvio, tudo fica mais oneroso ao súdito, pagador de impostos e consumidor dos serviços prestados pela corte. Portanto, laços fora, brasileiros! As cortes de Brasília querem, mesmo, escravizar o Brasil.


segunda-feira, 4 de julho de 2016

A Desmoralização é Iminente, A Involução é Fato

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




Arte_Charge_@Duke

























De repente, a indignação. É inaceitável o número de bandidos flagrados desviando dinheiros públicos há anos, processados em seguida e que agora são privilegiados objetos de bondades do Judiciário. Sucedem-se as condenações, seguem-se os benefícios concedidos aos condenados, distribuídos através de prisões domiciliares e outras facilidades. Multas são reduzidas e a liberdade concedida àqueles que deveriam estar trancafiados como qualquer criminoso comum. Com certeza, continuam empenhados em burlar a lei, até praticando os mesmos desvios e crimes de antes.

Advogados poderosos obtêm para seus clientes todo um conjunto de benesses que os transformam em hóspedes de luxo nos hotéis de suas próprias casas. As delações premiadas permitem muito mais do que a redução das penas, favorecendo milionários hóspedes postos à beira de suas piscinas e salas de luxo.

Falta alguém no mundo da Lava Jato, e não são apenas os criminosos pretensamente condenados. Quem permitiu essas aberrações precisa ser denunciado e responder por elas. Pertence ao universo das elites, àquele grupo social onde a lei possui dimensões elásticas.

Não se tem notícia de que o ladrão de galinhas foi beneficiado com favores iguais. Carece de relações especiais, de advogados milionários e de juízes lenientes. A desmoralização ficará próxima, caso permaneça essa prática.