sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O Drama de Dilma aos Olhos da História e aos olhos deste escriba

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


Presença de Dilma no Senado dará um tom dramático
à decisão do impeachment





















O impeachment de Dilma Rousseff não se situa historicamente em nenhum dos lados que revestiram o panorama institucional brasileiro ao longo dos últimos 61 anos. Trata-se de um episódio singular, que está levando a seu afastamento, com os reflexos da enorme corrupção que permaneceu em seu governo, após ter sido instalada a partir da chegada de Lula da Silva ao poder. O que está assegurando o impeachment de Dilma é a atmosfera nacional de revolta contra os crimes praticados pelo PT e pelos grandes empresários do país, numa aliança superconservadora que abalou a economia brasileira fortemente, causou desemprego e a repugnância da população brasileira.

Importante acentuar que a história do Brasil registra desfechos a favor e contra a democracia. A reação político-militar de novembro de 55 foi para assegurar a posse de Juscelino Kubtscheck na presidência da República, vitorioso nas urnas populares que o colocaram à frente de Juarez Távora, Ademar de Barros e Plínio Salgado. O cumprimento da Constituição encontrava-se ameaçado pelas investidas golpistas, estas sim, de Carlos Lacerda, Carlos Luz e Café Filho.

Em 1961, em consequência da renúncia de Jânio Quadros, houve a solução intermediária de um parlamentarismo de ocasião, para permitir a investidura de João Goulart no Palácio do Planalto. O equilíbrio de forças, na ocasião, levaram ao roteiro adotado.

Em 1964, a deposição de Goulart partiu de um consenso das Forças Armadas legitimado pelo quadro político-partidário, que logo nos primeiros dias do General Castelo Branco no governo foi ultrapassado pelo poder militar que implantou uma ditadura que só acabou em 1985, portanto, 21 anos depois.

Dilma Rousseff será principalmente acusada de omissão grave quanto a crimes de corrupção praticados, inclusive por ministros e ex-ministros que nomeou ao longo de seus cinco anos no Planalto. Na verdade este é o principal argumento que torna impossível sua permanência na chefia do Executivo.

Sua queda final, no confronto que travará com falsos amigos de outrora, ingressará nas páginas da história como um capítulo dos mais tristes e dramáticos. Não se deve esquecer que entre aqueles que vão condená-la encontram-se muitos que também devem ser condenados. O destino é assim...o Brasil é assim...


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Islamofobia, Hitler, discurso de ódio.

Por Fernando Figueiredo - De Niterói - RJ
+ArteVitalBlog @arte_antonio_siqueira







Quem lembra quando, em 2006, as caricaturas blasfemas contra o Islã que foram publicadas por um jornal dinamarquês provocaram 205 mortos? Na época, a posição oficial da União Europeia era de que não havia islamofobia de forma alguma e que se tratava de um incidente isolado. Mas agora assistimos a uma autêntica negação da realidade, sob a bandeira dos Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente).
Uma cadeia ininterrupta de vitórias da extrema-direita no velho continente foi recebida com uma indiferença generalizada. Ignorando uma maré xenófoba, nacionalista e populista que se está apoderando da Europa. Que defende a expulsão de todos os muçulmanos, declarando o Islã incompatível com a Europa. Lembremos que Hitler declarou os judeus incompatíveis com a Europa, isto não provoca um déjà vu?


Essa guinada à direita do continente, além do nacionalismo e do populismo, recebeu a contribuição da criação do Estado Islâmico, em 2014, com atentados na Europa que difundiram um medo generalizado.e da crise dos refugiados, vista na Europa como uma invasão maciça e sem precedentes,


O fato de que muitos dos refugiados fogem de guerras que foram iniciadas por nós é completamente esquecido. Mas atribuir toda a responsabilidade à onda de refugiados e ao Estado Islâmico significa uma leitura superficial da situação.

A islamofobia pode acabar na criação de um ciclo vicioso, uma espiral de ódio capaz de criar ainda mais violência.