quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O Diabo é Presidente da República Federativa do Brasil


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro



O MAL



















Tudo começou com a carta que enviou à presidentA, confessando, “sou um vice decorativo”. Mau caráter congênito, disse que a carta era SIGILOSA, entregou a cópia a um jornalista, que fez o que tinha que fazer: publicou. Ele então acusou Dona Dilma de ter violado o sigilo. E junto com o parceiro também corrupto e criminoso, Eduardo Cunha, tramaram e depredaram a realidade, só pararam depois daquele tenebroso domingo de abril e o quase silencioso mas também deprimente processo no Senado.

Dilma e o pt, na ressaca pós Lula, invetaram uma  absurda ingovernabilidade sem o apoio do pmdb e abriram as portas de casa para o demônio entrar...e ele entrou. Entrou e tomou o lugar do dono. O PT pagou caro por ser um partido corrupto e sedento do sangue do povo. E o povo está pagando mais caro ainda por ter eleitores capazes de levar ao Poder Executivo este mesmo pt que trouxe Michel Temer, um dos maiores calhordas entre os políticos mequetrefes de carreira, para a presidência da republiqueta que criaram.

A República tem quase tantos vices que assumiram quanto presidentes que terminaram o mandato. Vargas ficou exatos 15 anos no poder, de outubro de 1930 até outubro de 1945, por causa de uma intuição inspiração: não teve vice. Eleito pela primeira vez em 1950 cometeu o erro de colocar como vice o conspirador Café filho. Saiu da vida para entrar na História.

30 anos depois de 1985, em 2015, Michel Temer reinventou a República, sem tropas e sem povo, sem golpe e sim com muita conspiração, chegou ao poder. Acaba de comemorar os 15 meses iniciados em 12 de maio de 2016. Ele comemora, o povo e o país amargam a amargura desse corrupto, que resiste a tudo.

Esteve perto de ser o primeiro presidente a sair preso do Planalto. Foi salvo de forma espantosamente vergonhosa pelo presidente do TSE, Gilmar Mendes. Que continua a protegê-lo desde que assumiu a presidência desse alto tribunal, a partir de maio de 2016, tormentosa coincidência e imprudência. E continua a assustar se encontrando com Temer varias vezes, quase de madrugada, fora da agenda, como já fez com bandidos como os irmãos Batista, e a futura procuradora-chefe da PGR.

O Diabo é Presidente do Brasil!


quarta-feira, 28 de junho de 2017

A paz na Colômbia

Por Fernando Figueiredo - De Niterói



Será possível a paz entre Guerrilheiros e Governo?























Esta semana, com a entrega de suas armas à ONU, as Farc, a mais antiga guerrilha do ocidente deixará de existir. Esse é um passo decisivo em direção ao acordo de paz assinado, no ano passado, entre os líderes dos guerrilheiros e o governo, em Havana. O presidente, Juan Manuel Santos, que conta com uma popularidade abaixo de 12%, vê uma plateia dividida entre aqueles que apoiam a paz, com os guerrilheiros, e os que a refutam.

Muitos, contrários ao acordo, veem nesse novo cenário, onde o grupo chegaria ao poder pelo voto, como um processo que levaria a "venezuelização" do país. Apesar de a paz com as Farc ser incerta, dois pontos centrais vão se cumprir: o cessar-fogo e a entrega das armas da guerrilha. O que, por si só já representa um grande avanço. Os próximos passos incluem ainda, vale destacar, uma reforma política que, entre outras coisas, transforma o grupo guerrilheiro em partido político.

E o número daqueles que tem uma imagem negativa das Farc é ainda maior, o que era de se esperar, depois de mais de 50 anos do grupo em atividade, levando a mais de 200 mil civis mortos e vários desabrigados, expulsos de suas casas. Por parte do governo, o escândalo dos falso positivos, integrantes do exército matavam civis e apresentavam como guerrilheiros, o ministro da defesa à época era o presidente Santos.


quinta-feira, 18 de maio de 2017

No Brasil A Lei de Talião da Política é impiedosa.

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro 👇




Temer emporcalha definitivamente a sua imagem. Deve renunciar.
















Seja qual for o desfecho da delação praticada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS e da Friboi, uma coisa é certa: o governo Michel Temer explodiu e o presidente da República flutua no espaço vazio. Foi uma bomba no cenário político do país porque revelou – reportagem de Lauro Jardim e Guilherme Amado na edição de O Globo online – a existência de filme e gravação mostrando a concordância de Temer com operação de suborno para assegurar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha quanto ao envolvimento do presidente da República no esquema desvendado pela Operação Lava-Jato.

O filme apresenta até a numeração das notas dos pacotes de dinheiro utilizados na sequência dos obscuros entendimentos com a participação do Palácio do Planalto. Nos pacotes foram colocados chips para assegurar a exibição dos conteúdos. A posição do presidente Michel Temer, ao aceitar a realização da Operação Eduardo Cunha, tornou-se automaticamente insustentável. Perdeu as condições de permanecer presidindo o país.

Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: “Tem que manter isso, viu?”.

Além de Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho dos reais. Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).

A repercussão do furo jornalístico de Lauro Jardim e Guilherme Amado foi imediata na Câmara e no Senado. Os deputados da Oposição se apressaram em pedir o impeachment de Michel Temer. O presidente Rodrigo Maia se esforçava, mas não conseguia conter os ânimos, até porque não tem carisma e não merece respeito. Apressou-se em dar a volta na Praça de carro para se dirigir ao Palácio do Planalto e pedir instruções a Temer, que estava quase tendo um enfarte e não sabia o que fazer. Os  ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) estavam tão abalados quanto Temer, porque sabem que o presidente será inevitavelmente afastado e eles perderão o foro privilegiado. E assim as reformas da Previdência e das leis trabalhistas foram literalmente para a cucuia.

A política é algo imprevisível. E como dizia o historiador Hélio Silva, a história não espera o amanhecer. O Brasil acordou na quarta-feira com um panorama de rotina.  Vai acordar nesta quinta-feira com uma outra realidade, dentro de uma sequência extremamente crítica. Assim se descreve os imprevistos do acontecer. Piada de humor negro – Mantega agora não pode dizer que a mulher está sendo operada, porque no caso das propinas ele próprio era o operador.

Vergonha, a palavra de um momento delicado, incauto, sem sentido...O Brasil sangra. Se Temer ainda tiver um mínimo de juízo, tem de renunciar logo ao mandato e se livrar do sofrimento de um inevitável processo de impeachment, que levará entre quatro e seis meses. Aos 76 anos, já deu o que tinha de dar, precisa voltar para casa, educar o filho pequeno, para que se torne um homem de bem e não repita seus erros, e ser consolado pela esposa, que é recatada e do lar. É mais prudente que Temer se recolha à sua insignificância pelo resto de seus dias. Os brutos também amam e assim caminha a humanidade. 

Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação que piora de forma descomunal a tempestade que já cai sobre a cabeça de Aécio Neves (PSDB-MG). No áudio, o presidente do PSDB surge pedindo nada menos que R$ 2 milhões ao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato. O diálogo gravado durou cerca de 30 minutos. Aécio e Joesley se encontraram no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo. Quando Aécio citou o nome de Alberto Toron, como o criminalista que o defenderia, não pegou o dono da JBS de surpresa. A menção ao advogado já havia sido feita pela irmã e braço-direito do senador, Andréa Neves. Foi ela a responsável pela primeira abordagem ao empresário, por telefone e via WhatsApp (as trocas de mensagens estão com os procuradores). As investigações, contudo, mostrariam para a PGR que esse não era o verdadeiro objetivo de Aécio. O estranho pedido de ajuda foi aceito. O empresário quis saber, então, quem seria o responsável por pegar as malas. Deu-se, então, o seguinte diálogo, chocante pela desfaçatez com que Aécio trata o tema:

Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança — propôs Joesley.

Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho — respondeu Aécio.

O presidente do PSDB indicou um primo, Frederico Pacheco de Medeiros, para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. Tocava a área de logística. Aécio, que já nasceu rico, joga na lama a memória de seu avô Tancredo Neves e de seu pai, o ex-deputado Aécio Cunha, dois homens ricos e simples, que jamais se mostraram adoradores do deus Dinheiro. Aécio recebeu o legado dos votos, mas não herdou a dignidade da família Neves. Sua mãe, Inês Maria Neves Faria, ficou viúva do banqueiro Gilberto Faria, é uma das mulheres mais ricas do país. Mas é Aécio é como seu contraparente Sérgio Cabral, que se casou com Susana Neves e entrou para a política sob as benções da família de Tancredo. Aécio e Cabral são dois grandes amigos e agora têm um encontro marcado na cadeia. E o pior é que se comprova a ligação com a famiglia Perrela, envolvida no estranho caso do helicóptero carregado de cocaína, que não deu em nada, apenas o piloto foi processado. Ainda há quem acuse a Lava Jato de só incriminar/perseguir os petistas… O fato concreto é que a fila está andando, já entrou na esfera estadual e o Judiciário não perde por esperar. Diante dessa barbaridade, que deixa o verdadeiro Temer desnudado em público, se o TSE evitar a cassação dele, separando as contas das chapas, é melhor fechar para balanço.

Pode até não sofrer impeachment, embora seja este o seu caso, vista sua participação seja pelo ângulo político seja pelo ângulo jurídico. Pode escapar do impedimento, mas não escapará de si mesmo. Já nem é caso de impeachment, terá mesmo de renunciar. Não pode mais permanecer na presidência do país. Perdeu as condições básicas para isso. Tornou-se réu perante a opinião pública de um processo de corrupção no qual deixou nítida sua participação. Basta lembrar que o ex-deputado Eduardo Cunha encontra-se na carceragem de Curitiba, condenado pela Operação Lava-Jato e com a cassação de seu mandato confirmada por 90% dos integrantes da Câmara. Votaram a favor de sua cassação 450 deputados federais.

Quem com ferro fere...No Brasil A Lei de Talião da Política é impiedosa.



quarta-feira, 10 de maio de 2017

LULA: QUEM É ESTE SACRIPANTAS?


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


Falsa militância, entreguismo, corrupção: Este é Lula














Lula foi desmascarado uma centena de vezes. A única vez que se sentiu envergonhado e desconcertado foi na primeira aparição pública para explicar o “mensalão”, há mais de uma década. Pessoas que estão hoje dirigindo empresas ou fazendo seu doutorado ou dando duro para sustentar família eram garotos nessa época, não se lembram ou nem viram isso. Dez anos no Brasil conta muito. Lula na frente das câmeras, nesse episódio, mesmo em programa preparado pelo PT, fazia movimentos com os olhos um tanto esquisitos, e em determinado momento surgiu o branco nos olhos, em um estranho sumiço da menina do globo ocular, como ocorre em certas mulheres na hora do gozo. Mas se na mulher isso significa prazer, em Lula foi a tentativa de buscar ausência de dor. Lula estava já acostumado a mentir, mas a partir de uma invenção adrede preparada, não em cima de acusação tão evidente e voltada diretamente contra ele. Foi um fiasco. Boris Casoy foi o único jornalista que comentou aquele “estranho movimento dos olhos”.

Desde aquela época até hoje, mantenho a minha tese de que Lula não criou o sistema de propina das empresas e demais corrupções. Ele herdou a prática e a implementou por meio de Zé Dirceu e Palloci, estes sim os cabeças da coisa toda. Lula jamais teve competência e gosto por cálculos. Dirceu se envolveu nisso por considerar que a “democracia burguesa” não é democracia e que a legalidade que vivemos não é legal. Palocci se envolveu nisso porque já estava “escolado”, a partir das falcatruas da prefeitura de Ribeirão Preto, que comandou. O PT tratou de ficar quieto, claro.

A maior parte dos senadores, deputados, prefeitos e vereadores não conseguiram dizer não ao dinheiro que fez do Partido dos Trabalhadores uma máquina eleitoral azeitada e quase industrial em termos de formar e eleger políticos canalhas. O PT passou rapidamente a ser quem mais gastava em campanha, oficialmente, contra todos os partidos “dos ricos”, “das elites” ou “da burguesia”.

Quando Lula teve que se defender na TV ele já estava imerso até o pescoço nessa lama toda, e o PT já nem mais pensava em sobreviver sem a corrupção. Junto com isso, veio o sucesso do “milagre brasileiro”, o semi-repeteco do que ocorreu na Ditadura Militar: pessoas que não podiam comprar, começaram a comprar. E isso significa, não raro, em lugar pobre, uma boa anestesia na consciência crítica.

Desculpas Jocosas em 2005





















Lula foi premiado internacionalmente. Deu palestras reais e deu palestras fictícias. Gostou da ficção. E começou a dizer que iria provar que o “mensalão” não havia existido. Fora na TV se desculpar, e então, passado um tempo, esqueceu essa desculpa e resolveu reescrever sua biografia, quase que desafiando a Justiça no sentido de dizer que Zé Dirceu estava preso injustamente. A militância cega do partido acreditou. Precisa acreditar para continuar a ser a militância do PT. Os eleitores, diante do “perigo Aécio” (o “playboy da cocaína”), retornaram a pôr alguma última fé no partido e deram um voto de confiança a Lula: escolheram Dilma. Aécio perdeu até para os votos nulos e brancos.



Dilma foi um desastre. Mas o desastre já vinha de antes. E a corrupção dos governos Lula e Dilma juntos deram ao Brasil o último lugar na relação entre impostos e benefícios. Veio a crise econômica, o Impeachment de Dilma, e enfim o terremoto da Lava Jato sobre o PT e outros partidos, inclusive o PSDB que, claro, nunca foi santo. O Lula de agora, acuado, resolveu pegar o único caminho existente: torcer para que as provas diretas contra ele não sejam tangíveis e fazer com quer a militância cega se insurja contra a Lava Jato.

Lula se tornou um mentiroso para si mesmo de modo aperfeiçoado, que é o segredo de Polichinelo que todo bom mentiroso tem na manga. Para mentir bem é necessário mentir bem para si mesmo. É necessário anular o enrubescer. É preciso mandar para o cemitério as bochechas que coram ou então beber para se manter sempre vermelho, bem corado!

E A FILOSOFIA? Até aí o que falei é da política. A filosofia entra agora. O “conhece-te a ti mesmo” é délfico. Sócrates o adotou. Mas Sócrates criou também o lema complementar: “uma vida não examinada não vale a pena ser vivida”. Com esses dois lemas, passou a filosofar. Só que o exame do eu jamais foi feito por Sócrates como o exame do eu d estilo moderno e contemporâneo, que aprendemos com a introspecção cartesiana e, posteriormente, com a análise freudiana. Sócrates não trabalhava com a ideia de uma consciência cristalina e transparente, do eu investigando o self, ou com uma consciência acoplada a uma subconsciência, que se revela nos tropeços da linguagem.

Sócrates não foi um antecessor de Descartes e nem Freud. Sócrates trabalhava com a ideia de um “duplo” ou, como costumava explicar Hannah Arendt, um “dois em um”. Ou seja, o outro de Sócrates se compunha também na primeira pessoa, e assim era investigado. Investigar a si mesmo era ter de conversar consigo mesmo sem a noção de self, mas com a noção de ter junto de si um eu com poder de surpresa, independente, também seguidor das boas regras da lógica. Sócrates chegava a dizer desse outro que era um parente seu, um primo rude, tosco, que morava na sua casa, e que precisava das coisas muito bem explicadas para entender – um chato!

Com isso em mãos, Sócrates criou o seu “intelectualismo”. A moral depende do intelecto. A doutrina socrática: ninguém faz o mal pelo mal, ninguém opta pelo erro, mas se o mal ou o erro ocorrem, é por conta da ignorância do agente. Essa doutrina então concluiu: se faço o mal, ele é algo pior para mim do que para quem é atingido por ele. Se sou um assassino, quem mais sofre sou eu, pois tenho que dormir com esse assassino, e pior ainda, tenho de ficar angustiado por conta de que esse assassino é culpado mesmo e pode ser pego pela lei.

Se olharmos Lula com esse instrumento antigo, sem as sofisticações de Descartes e Freud, podemos entendê-lo talvez melhor do que ele próprio se entende. Lula está desesperadamente tentando anular esse outro do “dois em um”, que se manifestou quando do início do “mensalão”.

Ele está tentando se unificar em um só eu, o Lula que não erra, que governou com dez mil corruptos sem ser um deles, o Lula que deu um prato de comida para o pobre e por isso é perseguido não mais pelas elites, mas por um grupo de procuradores da Justiça, o Lula que agora é viúvo e sofre, o Lula que precisa salvar o PT, o Lula de oposição que é capaz de dizer que há uma crise e que ela não é dele e sim de Temer. Esse Lula pode voltar à cena.

Não mente para si mesmo, pois anulou de vez o self, o outro, o bandido que estava dormindo com ele. Lula perdeu o “dois em um” ou, como dizemos na psicologia popular, “perdeu a consciência”, perdeu a vergonha. A vergonha é o olhar do alter-ego sobre o ego. Mas o alter-ego de Lula está com um travesseiro na boca, no rosto, sufocado para todo o sempre.

Lula está de tal modo unificado solitariamente que se mostrarem para ele uma foto com os nove dedos dele no cofre alheio ele será capaz de dizer, de modo sincero (sim, sincero, eu disse), que ele não estava ali pegando dinheiro, mas pondo, fazendo uma doação para algum destino nobre. Lula não tem mais aquele primo chato morando com ele, como Sócrates disse ter.

Afinal, Lula é o homem que disse que se soubesse que a Odebrecht era corrupta, ele jamais teria feito uma palestra para ela, no exterior. Ora, mas Lula não é mais o nosso grande problema. Nosso problema é que nós ainda estamos procurando outro Lula. O chamado Lula apolítico – como era o tal Lula de 1982.



segunda-feira, 8 de maio de 2017

A tecnologia e a ignorância

A Nova Era da Escravidão do Homem









































Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


O uso indiscriminado da tecnologia e da substituição do cérebro por celulares, tablets e aplicativos é a uma das causas principais para o derretimento do conhecimento. A primeira fuga da realidade começa com “este é um assunto muito chato”. Quando ouço alguém dizer isto, imediatamente replico: “Não é mais fácil dizeres que não sabes nada?”.

Somando-se incapazes mentais, omissos e idiotas, está formado o mar da sociedade.
Venho me preparando para escrever muito e falar muito, nos próximos meses. É o que posso e devo fazer. Afinal, aprender e repassar experiências são missões que assumi e que tento cumprir. Quando experiências e ensinamentos são abandonados ou excluídos, sobra muito pouco. Como ser patriota se não conseguimos demonstrar e mostrar o que isto significa e representa para um país e um povo? Na escola, pouco ou quase nada é ensinado, informado. Na família, menos ainda. Educação, ética, são coisas passantes.

 A maioria, imensa maioria das crianças e adolescentes, teve educação terceirizada. Muitos são contra a “terceirização” nos empregos, mas em relação aos filhos, tudo bem!
Quem não sabe diferenciar estado, governo e governantes não pode ter nacionalismo, patriotismo e receber o título de cidadão. Ou começamos tudo novamente ou, paciência, veremos nossos filhos, netos e bisnetos seguindo o caminho que ai está. E que tem espaço para piorar.

Bem sei que muito de nós faz a sua parte. Mas seria interessante que este espaço da nossa TI pudesse “chover” em muito mais cabeças. Haveria uma chance de novas mentes surgirem, mesmo que por encanto. Façamos a nossa parte, Utilizemos a última energia que nos restou e que isso possa servir para abrir mentes e produzir bons frutos.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

O Herói da Corrupção


Por Antonio Siqueira Do Rio de Janeiro



José Mariano Beltrame:
Coadjuvante de uma farsa cretina envolta em
falsidade ideológica e corrupção


























Como todos sabem, o vitorioso esquema de marketing político de Sérgio Cabral era basicamente montado em cima da farsa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e jamais teria obtido tanto sucesso se não tivesse a cumplicidade direta do secretário de Segurança, delegado federal José Mariano Beltrame. Sem a parceria dele, jamais teria havido o acordo com os traficantes, que retiraram suas tropas das comunidades “pacificadas” sem disparar um só tiro e sem que a Polícia efetuasse uma só prisão.

Movida pelas generosas verbas publicitárias do governo estadual, a mídia deu a maior força à farsa das UPPs e jamais procurou realmente apurar o que existia por trás dessa espantosa pacificação das favelas do Rio, que de uma hora para outra se transformaram em pontos turísticos, vejam a que ponto de insanidade chegamos.

Para conseguir o falso milagre, Cabral e Beltrame se acertaram com os chefões do tráfico, que passou a ser realizado mais discretamente e de preferência pelo sistema “delivery”, através dos motoboys que operam nas comunidades.

É claro que jamais se poderia imaginar que um delegado da Polícia Federal pudesse participar desse tipo de trama criminosa. Achava-se que a política de pacificação tinha realmente dado certo, pois nem mesmo os serviços de inteligência da Polícia Federal e das Forças Armadas foram capazes de detectar a armação ou , ao menos, levantar suspeitas sobre o estranho sucesso da iniciativa.

Aos poucos, porém, o castelo começou a desmoronar, e em 22 de março de 2012 a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), fez uma representação à Comissão de Ética do governo Cabral, pedindo a exoneração de Beltrame por improbidade administrativa. A Adepol anexou provas de que Beltrame fora nomeado delegado federal irregularmente, no concurso público promovido em 1993, porque o prazo de validade já estava vencido. Além disso, Beltrame tinha sido classificado apenas em 896° lugar para um concurso cujo edital previa o preenchimento de apenas 200 vagas, e perdera todas as suas ações individuais, que já se encontram transitadas em julgado, inclusive no Supremo.

A denúncia da Adepol era procedente, mas não aconteceu nada. Pelo contrário, Beltrame continuou a ser cada vez mais idolatrado pelo falso sucesso das UPPs. Se tivesse se candidatado a deputado ou senador, seria eleito facilmente, mas tudo ia bem e preferiu esperar para sair candidato ao governo estadual.

Logo em seguida, veio à tona que Beltrame estava acumulando as elevadas remunerações de delegado sênior da Polícia Federal e secretário de Segurança. Embolsava mensalmente mais de R$ 60 mil reais, muito acima do teto do Supremo. Mas também não aconteceu nada. Afinal, tratava-se do Beltrame, que passara a ser tratado como um semideus pela mídia.

Embriagado pelo sucesso, Beltrame entrou de cabeça na corrupção e assinou contratos com o grupo Júlio Simões, passando a pagar R$ 3,3 mil mensais pela manutenção de cada carro da PM. O Ministério Público investigou a negociata e o juiz da 7ª Vara de Fazenda Pública, Marcelo Evaristo da Silva, transformou o ex-secretário em réu numa ação de improbidade que pede a devolução de quase 135 milhões de reais aos cofres públicos, acrescida de correção monetária.

Também aparecem como réus o governo estadual e duas empresas de Júlio Simões: a CS Brasil Transporte de Passageiros e Serviços e a JSL S.A, esta última acusada de fraude em licitações para a aquisição de viaturas da PM também na Bahia, que em 2009 resultou na Operação Nêmesis da Polícia Federal, com prisão de três coronéis, entre eles o ex-comandante geral da PM baiana. Ou seja, Beltrame operava em boa companhia, digamos assim.

Detalhe importante: no Tribunal de Justiça do Rio tramitam outras duas ações distintas, relacionadas a seis diferentes contratos feitos por órgãos do governo Cabral com o grupo Júlio Simões. Todos de compra e revisão de viaturas, que somados chegam a 1,2 bilhão de reais. Uma verdadeira festa da corrupção.

No convívio com a famosa turma do guardanapo, Beltrame também passou a viver como novo rico e até mandava os dois filhos “al mare” no luxuoso iate de Cabral. Na certeza da impunidade, passou a morar no Edificio Courchevel, na Rua Redentor, 230, em Ipanema, um luxuoso apartamento do empresário Fernando Magalhães Pinto, principal operador da lavagem de dinheiro de Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo. Fernando Magalhães Pinto é réu no mesmo processo criminal de Cabral, pediu para fazer delação premiada e prestou uma série de reveladores depoimentos. Acaba de ser libertado, porque seu acordo foi homologado. Entregou tudo que sabe sobre o casal da corrupção no Rio de Janeiro e não esqueceu de abordar seu íntimo relacionamento com José Mariano Beltrame, que ficou como 896º colocado no concurso para delegado da Polícia Federal, mas conseguiu o milagre de ser nomeado, e 20 anos depois conseguiria outro milagre na fraude da pacificação das favelas do Rio.


Fonte: Artigos recentes do jornalista, Fernando Gabeira e do Professor Roberto Lamas